Mundo
Egípcios vão às urnas para escolher entre militares e islamitas
Após dissolução do Parlamento, novo presidente pode ter menos poder que as Forças Armadas


CAIRO (AFP) – Os egípcios voltaram às urnas neste domingo 17, último dia do segundo turno das eleições presidenciais, para escolher entre um ex-premiê do antigo regime e o candidato da Irmandade Muçulmana. O duelo mostra um cenário de confronto entre as Forças Armadas, no poder desde a queda do ditador Hosni Mubarak, e o potente movimento islâmico. Os resultados devem ser anunciados oficialmente em 21 de junho, mas poderão sair antes.
O país está dividido entre partidários do candidato Ahmad Shafiq, último primeiro-ministro de Mubarak, saído do aparato militar, e um alto responsável da Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi.
Ex-comandante da Força Aérea, Shafiq, de 70 anos, faz campanha sobre a estabilidade, que interessa muitos egípcios após um ano de transição política caótica. Ele também tem o apoio da comunidade cristã copta, preocupada com a possibilidade de um islâmico dirigir o país. Enquanto isso, Mursi, um engenheiro de 60 anos, tenta apagar a imagem de islamita conservador e é apresentado como o único recurso dos defensores da “revolução” contra a restauração do antigo regime.
O ambiente de confronto tornou-se ainda mais evidente no sábado 16 com o anúncio oficial, em plena campanha do segundo turno, da dissolução do Parlamento pelo Conselho Supremo das Forças Armadas.
A decisão foi adotada em aplicação a um veredicto da Alta Corte Constitucional na quinta-feira 14, anulando a eleição dos deputados por conta de um vício jurídico no modo de escrutínio das legislativas realizadas por etapas de novembro de 2011 a janeiro de 2012.
A Irmandade Muçulmana, que tinha quase metade das cadeiras no Parlamento, atacou “a vontade do Conselho Militar de se apoderar de todos os poderes”. O Partido da Libertad e Justiça (PLJ) denunciou “uma agressão flagrante contra a revolução”.
Analistas estimam que esta medida e a dissolução do Parlamento permitirão às forças militares se manter no controle do Egito seja qual for o resultado das eleições presidenciais.
Leia mais em AFP Movel.
CAIRO (AFP) – Os egípcios voltaram às urnas neste domingo 17, último dia do segundo turno das eleições presidenciais, para escolher entre um ex-premiê do antigo regime e o candidato da Irmandade Muçulmana. O duelo mostra um cenário de confronto entre as Forças Armadas, no poder desde a queda do ditador Hosni Mubarak, e o potente movimento islâmico. Os resultados devem ser anunciados oficialmente em 21 de junho, mas poderão sair antes.
O país está dividido entre partidários do candidato Ahmad Shafiq, último primeiro-ministro de Mubarak, saído do aparato militar, e um alto responsável da Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi.
Ex-comandante da Força Aérea, Shafiq, de 70 anos, faz campanha sobre a estabilidade, que interessa muitos egípcios após um ano de transição política caótica. Ele também tem o apoio da comunidade cristã copta, preocupada com a possibilidade de um islâmico dirigir o país. Enquanto isso, Mursi, um engenheiro de 60 anos, tenta apagar a imagem de islamita conservador e é apresentado como o único recurso dos defensores da “revolução” contra a restauração do antigo regime.
O ambiente de confronto tornou-se ainda mais evidente no sábado 16 com o anúncio oficial, em plena campanha do segundo turno, da dissolução do Parlamento pelo Conselho Supremo das Forças Armadas.
A decisão foi adotada em aplicação a um veredicto da Alta Corte Constitucional na quinta-feira 14, anulando a eleição dos deputados por conta de um vício jurídico no modo de escrutínio das legislativas realizadas por etapas de novembro de 2011 a janeiro de 2012.
A Irmandade Muçulmana, que tinha quase metade das cadeiras no Parlamento, atacou “a vontade do Conselho Militar de se apoderar de todos os poderes”. O Partido da Libertad e Justiça (PLJ) denunciou “uma agressão flagrante contra a revolução”.
Analistas estimam que esta medida e a dissolução do Parlamento permitirão às forças militares se manter no controle do Egito seja qual for o resultado das eleições presidenciais.
Leia mais em AFP Movel.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.