Política
Presidente da CPMI diz que denunciará Mauro Cid ao STF por se manter em silêncio
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro se negou a responder até a própria idade durante depoimento a parlamentares


O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, Arthur Maia (União-BA), informou que apresentará uma denúncia contra o tenente-coronel Mauro Cid por se manter em silêncio no depoimento desta terça-feira 11.
A declaração ocorreu após a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) perguntar a idade do militar e ouvir a manifestação de silêncio como resposta.
A postura de Cid se baseia em uma decisão da ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, a autorizar que ele fique em silêncio caso seja alvo de questões que possam incriminá-lo.
Jandira, porém, entendeu que a permissão não abarca a possibilidade de se recusar a responder a questionamentos como a própria idade ou quantos filhos tem.
Em concordância com Jandira, o presidente da CPMI disse considerar a conduta de Cid uma demonstração de desrespeito à determinação do STF.
”Quero concordar com a senhora integralmente”, afirmou Maia. “Isso, infelizmente, acarretará a necessidade de nós, que não precisávamos fazer isso, fazer uma denúncia contra o senhor Mauro Cid no Supremo Tribunal Federal, haja vista que a ministra do Supremo determinou que aquilo que não o incriminasse ele tinha a obrigação de responder.”
O militar era chefe da Ajudância de Ordens do no governo de Jair Bolsonaro (PL) e está preso desde 3 de maio por acusação de falsificação de cartões de vacinação.
O ex-ajudante foi convocado à CPMI como testemunha após ter conversas de teor golpista obtidas pela Polícia Federal. O diálogo ocorreu virtualmente com o coronel Jean Lawand Júnior.
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