Esporte
Delegado que investiga morte de palmeirense defende torcida única em clássicos nacionais
A jovem morreu depois de ser atingida por estilhaços de uma garrafa de vidro no sábado 8, antes de uma partida pelo Campeonato Brasileiro


O delegado que investiga a morte da palmeirense Gabriela Anelli defendeu que a regra da torcida única, a proibir a presença de torcedores do clube visitante, seja aplicada também em clássicos nacionais, não apenas em duelos entre equipes do mesmo estado.
A jovem morreu nesta segunda-feira 10 depois de ser atingida por estilhaços de uma garrafa de vidro durante uma briga entre torcedores do Palmeiras e do Flamengo no sábado 8, antes de uma partida no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro. Anelli estava na fila do estádio no momento em que foi alvo do ataque.
“Quem acompanha futebol sabe que nos últimos anos Palmeiras e Flamengo são as equipes que mais chegaram a finais, que mais tiveram títulos. Isso acirra as torcidas. E, historicamente, Palmeiras e Flamengo já têm uma rivalidade gigante de torcidas organizadas. Às vezes, para o policiamento é até mais difícil controlar, por você não ter o contato no dia a dia com esses torcedores que vêm de fora. Não só desses times, mas também em jogos do São Paulo com o Vasco, por exemplo. Medidas devem ser tomadas”, afirmou o delegado César Saad, do Departamento de Operações Policiais Estratégicas da Polícia Civil de São Paulo.
Ainda de acordo com o delegado, o responsável por arremessar a garrafa que atingiu Gabriela é Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos, que teve a prisão preventiva decretada. Ele confessou ter lançado o objeto, mas disse que não tinha a jovem como alvo. O homem responderá por homicídio doloso por motivo fútil.
Saad ainda declarou que o episódio deve ser levado em consideração no planejamento estratégico das equipes de segurança para o jogo de quinta-feira entre Palmeiras e São Paulo, pela Copa do Brasil.
“A violência nos estádios existe no mundo todo. A gente precisa de um embasamento legal, de leis que deem força para as polícias trabalharem, para o Ministério Público denunciar e para o Poder Judiciário julgar e condenar esses torcedores.”
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