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Drauzio Varella: Ministério da Saúde sempre serviu de moeda de troca no Brasil

Em live exclusiva para assinantes de CartaCapital, o médico comenta a pressão política sobre a pasta e analisa os desafios da saúde pública

Drauzio Varella: Ministério da Saúde sempre serviu de moeda de troca no Brasil
Drauzio Varella: Ministério da Saúde sempre serviu de moeda de troca no Brasil
(Foto; Wanezza Soares) Drauzio: “Se temos drogas de alta potência contra o HIV, por que não podemos desenvolver para a Covid-19?”
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Na nova edição das lives exclusivas para os assinantes de CartaCapital, a editora-executiva Thais Reis Oliveira recebeu nesta quarta-feira 5 o médico Drauzio Varella.

Um dos temas abordados envolveu os próximos passos do Ministério de Saúde, em meio a uma pressão de partidos do Centrão pela substituição da ministra Nísia Trindade.

Drauzio relembrou que a dança das cadeiras na pasta é uma constante nos governos brasileiros — apenas no período de 2010 a 2020, foram nove ministros.

“Ou seja, quando você começa a entender a estrutura complexa do SUS, é trocado por outro. E não é que você seja trocado por outro que tenha mais conhecimento: você tira um político e coloca outro político no lugar para satisfazer um grupo”, afirmou. 

“Quer dizer: o Ministério da Saúde sempre serviu de moeda de troca, porque é um ministério que tem verbas. E eles querem esse ministério porque eles têm uma política de saúde pública que querem implantar? Eles querem é o acesso às posições e às verbas. Com que finalidade, só Deus sabe.”

Ainda na agenda de prioridades na Saúde está o Programa Nacional de Imunizações, conhecido internacionalmente por seu sucesso em conter e erradicar doenças no Brasil. A pandemia da Covid-19 fica cada vez mais para trás, mas deixa os resquícios do negacionismo.

“Aqui no Brasil ninguém falava em antivacina. Agora, quando você tem um presidente da República questionando, olha o que aconteceu, como estamos com o plano de vacinação. Estamos com risco de ver voltar a poliomielite”, lamentou o médico. “[Para recuperar] vai ser necessário um trabalho de anos e anos, como foi lá nos anos 70 e 80, quando começamos o programa de imunização nacional e a convencer as pessoas de que as vacinas eram seguras.”

Ainda durante a live, Drauzio Varella tratou do avanço da telemedicina, do investimento em saúde mental e das drogas nos presídios brasileiros. Os assinantes de CartaCapital podem assistir a essa e outras transmissões exclusivas.

Os demais leitores que querem ter acesso podem se tornar assinantes por meio deste link

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