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Panamá julga fundadores da Mossack Fonseca por processo da Lava Jato
O Ministério Público acusa a firma de ser uma ‘organização criminosa’ dedicada a ocultar ativos vinculados à operação


Os fundadores do escritório panamenho de advogados Mossack Fonseca, protagonista do escândalo internacional dos chamados Panama Papers, começam a ser julgados nesta segunda-feira 26 por suposta lavagem de dinheiro no âmbito da Lava Jato.
Jürguen Mossack e Ramón Fonseca estão sendo julgados, com outras 30 pessoas, em uma audiência em um tribunal na Cidade do Panamá.
O Ministério Público acusa a firma Mossack Fonseca, que fechou seus escritórios em 2018, de ser uma “organização criminosa” dedicada a ocultar ativos vinculados à Lava Jato.
O caso revelou supostos pagamentos de propinas de construtoras brasileiras, entre elas a Odebrecht, a autoridades de vários países da América Latina para obter contratos de obras públicas entre 2005 e 2014.
Durante o início do julgamento, Mossack e Fonseca se declararam inocentes.
A acusação “é ridícula”, sustentou Fonseca, que acompanhou o começo do julgamento a distância, ao contrário de Mossack, que esteve presente na sala.
Segundo o Ministério Público panamenho, a investigação, que possui 229 volumes, começou em 2016. Mossack e Fonseca estiveram presos preventivamente em 2017 por esse caso.
O escândalo dos Panama Papers revelou, a partir de um vazamento de documentos em 2016, a participação do escritório na criação de inúmeras sociedades offshore para personalidades de todo o mundo. Algumas dessas sociedades foram utilizadas para sonegar impostos ou capitais.
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