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Lula se reúne com presidente da Comissão Europeia e critica previsão de sanções no acordo Mercosul-UE

‘A premissa que deve existir entre parceiros é da confiança mútua, não de desconfiança’, destacou o presidente após o encontro

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Ricardo Stuckert/PR
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar, ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, um dispositivo acrescido ao acordo Mercosul-União Europeia que prevê a aplicação de sanções aos países signatários em caso de descumprimentos de metas ambientais.

Lula recebeu a embaixadora alemã no Palácio do Planalto nesta segunda-feira 12. A agenda no Brasil coincide com o périplo feito por von der Leyen em países da América Latina com o objetivo de reforçar laços antes da reunião de cúpula entre a UE e as nações da região, em julho.

“Expus à presidente von der Leyen as preocupações do Brasil com o instrumento adicional ao acordo, apresentado pela União Europeia em março deste ano”, afirmou o petista, após a reunião. “A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é da confiança mútua, e não de desconfiança e sanções.”

O acordo Mercosul-UE foi um dos principais temas do encontro. As conversas começaram há cerca de vinte anos, mas apenas em 2019 os blocos anunciaram a finalização da negociação entre as áreas técnicas para formalizar a proposta. Novas exigências, no entanto, especialmente na área ambiental, travaram novamente o avanço.

Em abril, o governo brasileiro chegou a afirmar que a expectativa é concluir o acordo comercial ainda no primeiro semestre de 2023. Lula avalia que as tratativas entre os blocos devem ser prioridade, a fim de ter um desfecho antes de o Mercosul iniciar as conversas sobre um acordo com a China.

Durante o pronunciamento à imprensa, a executiva da UE disse ser hora de concluir o acordo. “Há grandes vantagens para ambos os lados. O acordo vai criar condições corretas para que flua o investimento e vai respaldar a reindustrialização do Brasil”, declarou.

Outro assunto discutido no encontro são as mudanças climáticas. O petista reafirmou a necessidade de reforma da governança global e exaltou as expectativas para a presidência brasileira do G20.

Após a reunião, a presidente da Comissão Europeia anunciou investimentos de 20 milhões de euros para o Fundo Amazônia e de 2 bilhões de euros para apoiar a produção brasileira de hidrogênio verde.

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