Mundo
Ataque do Al-Shabab a hotel deixa nove mortos na Somália
Há mais de 15 anos, os jihadistas, ligados à Al-Qaeda, travam uma insurgência contra o governo federal da Somália e atacam hotéis frequentados por altas autoridades


Seis civis e três membros das forças de segurança morreram em um ataque de islamitas do grupo Al-Shabab a um hotel em Mogadíscio, capital da Somália, que durou seis horas — informou a polícia neste sábado 10.
Há mais de 15 anos, os jihadistas, ligados à Al-Qaeda, travam uma insurgência contra o governo federal da Somália. Já lançaram diferentes ataques a hotéis frequentados por altas autoridades locais e estrangeiras.
“Seis civis morreram no ataque (…) e outros dez ficaram feridos. Três corajosos membros das forças de segurança também morreram”, disse a polícia somali em um comunicado, acrescentando que 84 pessoas foram resgatadas do hotel Pearl Beach.
O assalto, reivindicado pelo grupo Al Shabab, começou pouco antes das 20h de sexta-feira (14h em Brasília), quando sete agressores tomaram o hotel Pearl Beach, localizado junto à praia do Lido.
O ataque terminou por volta das duas da manhã, disse a polícia, depois de um intenso tiroteio entre as forças de segurança e os islamitas, todos mortos.
“As forças de segurança conseguiram resgatar 84 pessoas, entre elas mulheres, crianças e idosos”, relatou a polícia em um comunicado.
Testemunhas que estavam na área disseram ter ouvido tiros e explosões no hotel.
“Eu estava perto do restaurante Pearl Beach, quando houve uma forte explosão em frente ao prédio”, contou Abdirahim Ali à AFP.
Yaasin Nur, que estava no restaurante, disse que estava “cheio de gente porque foi reformado recentemente”. Expulsas das principais cidades do país entre 2011 e 2012, as milícias Al Shabab continuam solidamente instaladas nas áreas rurais.
O presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, declarou “guerra total” contra eles e lançou uma ofensiva militar em setembro, apoiada, entre outros, por bombardeios americanos.
Mas o Al Shabab continua a cometer sangrentos atentados em represália, demonstrando sua capacidade de atacar centros urbanos, assim como instalações militares do país.
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