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País entra oficialmente para Organização Mundial do Comércio

Após 18 anos de negociações, Moscou consegue adesão para buscar modernização de sua economia

País entra oficialmente para Organização Mundial do Comércio
País entra oficialmente para Organização Mundial do Comércio
Pascal Lamy destacou em um comunicado que a adesão "reforçará, sem dúvida nenhuma, o sistema de comércio multilateral". Foto: Mehdi Fedouach/AFP
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MOSCOU (AFP) – A Rússia se tornou nesta quarta-feira 22 oficialmente o 156º membro da Organização Mundial do Comércio (OMC), após 18 anos de difíceis negociações, com a esperança de modernizar sua economia, apesar das advertências de muitos sobre o preço social da adesão.

O diretor geral da OMC, Pascal Lamy, destaca em um comunicado que a “viagem” da Rússia foi “longa” e que a adesão “reforçará, sem dúvida nenhuma, o sistema de comércio multilateral”.

Na média, a Rússia vai aplicar taxas de importação de 7,8% e assumiu um compromisso específico em 11 setores de serviços, afirma o comunicado.

A Rússia, a última grande potência que estava fora da OMC, conseguiu em dezembro a aprovação dos países membros da organização para a adesão.

A Comissão Europeia elogiou nesta quarta-feira a adesão russa, que considerou “particularmente importante para a União Europeia (UE)”. O país é o terceiro sócio comercial do bloco, que por sua vez é a principal parceira comercial de Moscou. “A Rússia se tornou um membro de direito pleno da OMC. É uma forma perfeita para estimular o desenvolvimento da economia e a competitividade”, escreveu no Twitter o ex-ministro russo das Finanças, Alexei Kudrin, uma figura respeitada internacionalmente.

“A adesão deve garantir a estabilidade do comércio exterior, a redução das barreiras alfandegárias e administrativas, além da possibilidade de participar na elaboração das regras de cooperação internacional”, declarou ao jornal oficial Rossiiskaya Gazeta o principal negociador da entrada do país na OMC, Maxime Medvedkov.

“Os riscos são a queda das taxas de importação, a limitação das formas de apoio do Estado a alguns setores e, como consequência, o aumento da competitividade dos produtos estrangeiros”, admitiu.

Os críticos do projeto, em particular os deputados comunistas, alertam que a redução das taxas de importação fará com que os produtos estrangeiros inundem o mercado de produtos baratos, o que representará a morte de muitas indústrias herdadas da época soviética. O próprio presidente Vladimir Putin advertiu várias vezes sobre o preço a pagar pela adesão.

Mas a crise econômica mundial, que afetou duramente a Rússia acabou convencendo Moscou das vantagens de uma adesão.

Nenhum país negociou por tanto tempo como a Rússia para entrar na OMC: Moscou apresentou a candidatura em 1993, mas o processo foi interrompido diversas vezes, em particular depois da guerra relâmpago de 2008 contra a Geórgia, membro da organização que bloqueou as negociações. O recorde anterior era da China, que em 2001 entrou para a organização depois de 15 anos de conversas.

  

MOSCOU (AFP) – A Rússia se tornou nesta quarta-feira 22 oficialmente o 156º membro da Organização Mundial do Comércio (OMC), após 18 anos de difíceis negociações, com a esperança de modernizar sua economia, apesar das advertências de muitos sobre o preço social da adesão.

O diretor geral da OMC, Pascal Lamy, destaca em um comunicado que a “viagem” da Rússia foi “longa” e que a adesão “reforçará, sem dúvida nenhuma, o sistema de comércio multilateral”.

Na média, a Rússia vai aplicar taxas de importação de 7,8% e assumiu um compromisso específico em 11 setores de serviços, afirma o comunicado.

A Rússia, a última grande potência que estava fora da OMC, conseguiu em dezembro a aprovação dos países membros da organização para a adesão.

A Comissão Europeia elogiou nesta quarta-feira a adesão russa, que considerou “particularmente importante para a União Europeia (UE)”. O país é o terceiro sócio comercial do bloco, que por sua vez é a principal parceira comercial de Moscou. “A Rússia se tornou um membro de direito pleno da OMC. É uma forma perfeita para estimular o desenvolvimento da economia e a competitividade”, escreveu no Twitter o ex-ministro russo das Finanças, Alexei Kudrin, uma figura respeitada internacionalmente.

“A adesão deve garantir a estabilidade do comércio exterior, a redução das barreiras alfandegárias e administrativas, além da possibilidade de participar na elaboração das regras de cooperação internacional”, declarou ao jornal oficial Rossiiskaya Gazeta o principal negociador da entrada do país na OMC, Maxime Medvedkov.

“Os riscos são a queda das taxas de importação, a limitação das formas de apoio do Estado a alguns setores e, como consequência, o aumento da competitividade dos produtos estrangeiros”, admitiu.

Os críticos do projeto, em particular os deputados comunistas, alertam que a redução das taxas de importação fará com que os produtos estrangeiros inundem o mercado de produtos baratos, o que representará a morte de muitas indústrias herdadas da época soviética. O próprio presidente Vladimir Putin advertiu várias vezes sobre o preço a pagar pela adesão.

Mas a crise econômica mundial, que afetou duramente a Rússia acabou convencendo Moscou das vantagens de uma adesão.

Nenhum país negociou por tanto tempo como a Rússia para entrar na OMC: Moscou apresentou a candidatura em 1993, mas o processo foi interrompido diversas vezes, em particular depois da guerra relâmpago de 2008 contra a Geórgia, membro da organização que bloqueou as negociações. O recorde anterior era da China, que em 2001 entrou para a organização depois de 15 anos de conversas.

  

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