Economia
Desemprego fica estável em abril e registra menor taxa desde 2015
No total, são 9,1 milhões de brasileiros desocupados no País, conforme dados do IBGE


A taxa de desemprego no País atingiu 8,5% no trimestre encerrado em abril deste ano. Esta é a menor taxa para o período desde abril de 2015.
O índice havia registrado 8,4% no trimestre anterior, uma alteração considerada estatisticamente estável, conforme informa os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira 31.
Os dados integram a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. No trimestre até março, que integra outra série da Pnad, a taxa de desocupação já estava em 8,8%.
Na comparação com o mesmo período em 2022, houve uma queda de dois pontos percentuais no índice que acompanha a desocupação.
Em números absolutos, a taxa divulgada nesta quarta representa 9,1 milhões de desempregados no Brasil. Ao todo, são 100 mil pessoas a mais do que no trimestre anterior.
O rendimento médio também ficou estável conforme a avaliação do IBGE, que mostra que os trabalhadores ganharam em média 2.891 reais no período. No ano, houve aumento de 7,5% do recebimento médios dos brasileiros que possuem um trabalho.
A pesquisa do Instituto contempla tanto os trabalhadores de carteira assinada, quanto aqueles na informalidade e os que atuam como microempreendedores.
Conforme mostram os resultados da pesquisa para abril, o número de empregados sem carteira assinada no setor privado recuou 2,9% em relação ao trimestre terminado em janeiro, ficando em 12,7 milhões de pessoas. Já o contingente de trabalhadores domésticos recuou 3,2% e chegou a 5,7 milhões de pessoas.
Por fim, os contingentes de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado somou 36,8 milhões, de trabalhadores por conta própria 25,2 milhões e de empregados no setor público chegou a 12 milhões. Todos os três índices ficaram estáveis em abril.
Ainda que as taxas permaneçam estatisticamente estáveis, analistas apontam que a recuperação do mercado de trabalho, que apresentou uma melhora após os estragos causados pela pandemia, tende a perder velocidade ainda neste ano.
Isso porque pode haver uma desaceleração da atividade econômica dado o cenário de elevadas taxas de juros, que continuam a registrar 13,75% ao ano, mesmo com o controle da inflação.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

‘Vai engrenar uma melhora, ainda que lenta’, diz Campos Neto sobre inflação
Por André Lucena
Mercado financeiro reduz estimativa de inflação pela segunda semana consecutiva
Por André Lucena
Desemprego atinge 9,4 milhões de pessoas no primeiro trimestre de 2023, aponta IBGE
Por CartaCapital
Com o arcabouço, não existe mais o risco de descontrole da inflação, diz Campos Neto
Por CartaCapital