Política
Ex-secretária acusa Joice Hasselmann de rachadinha e assédio moral
Juliana Christine Pereira Bejes afirmou que era obrigada a devolver seu salário mensal pagando contas particulares da deputada federal e de sua família


A ex-deputada federal Joice Hasselmann (SP) está sendo acusada de rachadinha e assédio moral por uma ex-assessora.
“A deputada Joice Hasselmann pegava todo o meu salário, inclusive o auxílio creche do meu filho para pagar todas as contas dela e me assediava moralmente”.
A acusação é feita por Juliana Christine Pereira Bejes, que trabalhou como secretária parlamentar para a deputada de abril de 2021 a dezembro do ano passado.
A funcionária, que recebia 13,5 mil reais por mês, afirmou que era obrigada a devolver toda a quantia, o que configura a prática de rachadinha. Segundo ela, a forma usada para devolver o dinheiro era pagando as despesas pessoais da parlamentar e de sua família.
“Eu era obrigada fazer pagamentos diversos pra ela, inclusive de combustível com o meu cartão. A Joice me obrigava também a pagar as contas do marido e as contas da filha dela, incluindo a ração dos gatos da filha dela”, disse Juliana, em entrevista ao UOL.
A ex-funcionária também acusa Joice de assédio moral. À reportagem do UOL ela mostrou mensagens de texto e áudio que teria sido encaminhada pela parlamentar. “Vem você no meio das minhas férias com esse pepino para resolver. Eu consigo tirar uma semana de férias no ano e tem as merdas que vocês deixaram acumular aí durante os meses e agora eu tenho que resolver”, diz Joice em um dos áudios. “É um bando de incompetentes. Numa boa, é um bando de incompetentes.”
Procurada, Joice negou as acusações à reportagem. Em vídeo, a parlamentar disse: “Essa é uma das coisas mais absurdas e mais espúrias que eu já vi na vida”, começa a ex-parlamentar, alegando que sempre lutou contra a corrupção. “Esses canalhas achacadores, ela e o marido dela, tentaram tirar dinheiro de mim depois que eu fui derrotada na eleição. Tentaram me roubar porque forjaram provas falsas contra mim”, disse Joice, que acrescentou que vai denunciar a ex-funcionária à Polícia.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

ONU denuncia ataques racistas contra Vini Jr
Por AFP
Placar expressivo no marco fiscal dá confiança ao governo para aprovar reforma tributária, avalia Haddad
Por CartaCapital
O que acontecerá com Collor após o fim do julgamento no STF
Por Marina Verenicz
A nova proposta da Petrobras para tentar reverter a decisão do Ibama sobre exploração de petróleo no Amazonas
Por Getulio Xavier