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Justiça chilena encerra investigação sobre morte de Allende

Tribunal de Apelações de Santiago confirma que ex-presidente chileno, deposto pelo golpe militar, se suicidou

Justiça chilena encerra investigação sobre morte de Allende
Justiça chilena encerra investigação sobre morte de Allende
Ativistas participam de uma marcha em Santiago em 9 de setembro de 2012 pelos 39 anos da morte de Salvador Allende. Foto: ©AFP / Martin Bernetti
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SANTIAGO (AFP) – No mesmo dia em que se completa 39 anos de sua morte, a justiça chilena encerrou a investigação sobre a morte do ex-presidente socialista Salvador Allende, com a confirmação de suicídio.

Em uma decisão unânime, o Tribunal de Apelações de Santiago decretou o fim do inquérito judicial aberto há dois anos, confirmando o suicídio de Allende cometido com uma arma que dada a ele por seu amigo, o ex-líder cubano Fidel Castro, disse uma fonte judicial à AFP.

O Tribunal confirmou o fechamento do caso decretado pelo juiz do caso, Mario Carroza, confirmando a versão oficial da morte. “Isso confirma a decisão recorrida de 16 de janeiro de 2012”, indicou.

O juiz Carroza encerrou a investigação em 29 de dezembro do ano passado depois de receber os relatórios da perícia a que foram submetidos os restos mortais do ex-presidente, exumados em maio de 2011 do Cemitério Geral de Santiago

De acordo com a investigação judicial, Allende morreu pouco antes do meio-dia do dia 11 de setembro de 1973, em meio ao bombardeio aéreo e terrestre do palácio presidencial de La Moneda por parte das forças golpistas comandadas por Pinochet.

Allende, o primeiro marxista a chegar ao poder no Chile pelo voto popular, apoiou seu AK-47 sob o queixo e disparou dois tiros que levaram a sua morte, de acordo com a perícia.

Alguns de seus partidários afirmaram por anos que Allende foi assassinado por militares que invadiram o palácio, onde permaneceu entrincheirado junto com vários colaboradores, por causa da rejeição em se entregar às forças golpistas.

A morte de Allende foi recordada nesta terça-feira 11 por várias organizações de esquerda, que depositaram coroas de flores em uma porta do palácio presidencial, por onde costumava entrar o ex-presidente e no monumento em sua homenagem diante da casa de Governo, no centro de Santiago.

“Foi decidida uma verdade jurídica que nada tira do valor e da integridade (do presidente Allende)”, declarou a senadora Isabel Allende, filha do ex-presidente, falando junto ao monumento em memória de seu pai.

“É um orgulho porque sabemos que ele ficou em La Moneda, porque sabia que os presidentes constitucionais têm de exercer o mandato até o final”, acrescentou.

A justiça chilena condenou a mais de 200 anos de prisão o chefe da polícia política da ditadura, Manuel Contreras, e mantém abertos cerca de 350 processos envolvendo 700 ex-militares e agentes civis.

Pinochet, por sua parte, foi perseguido por casos de violações aos direitos humanos e enriquecimento ilícito, mas morreu em 10 de dezembro de 2006 sem ser condenado.

Como acontece em cada aniversário do golpe militar no Chile, foram registrados incidentes durante a madrugada em alguns pontos de Santiago, onde pessoas encapuzadas montaram barricadas incendiárias, que cortaram o trânsito em várias avenidas.

A polícia preparou uma operação especial destinada a fazer frente aos confrontos que costumam explodir nos bairros periféricos da capital.

Como precaução, os estabelecimentos de ensino, grande parte do comércio e funcionalismo público fecharam suas portas mais cedo para antecipar a volta para casa.

Mais informações em AFP Móvil

SANTIAGO (AFP) – No mesmo dia em que se completa 39 anos de sua morte, a justiça chilena encerrou a investigação sobre a morte do ex-presidente socialista Salvador Allende, com a confirmação de suicídio.

Em uma decisão unânime, o Tribunal de Apelações de Santiago decretou o fim do inquérito judicial aberto há dois anos, confirmando o suicídio de Allende cometido com uma arma que dada a ele por seu amigo, o ex-líder cubano Fidel Castro, disse uma fonte judicial à AFP.

O Tribunal confirmou o fechamento do caso decretado pelo juiz do caso, Mario Carroza, confirmando a versão oficial da morte. “Isso confirma a decisão recorrida de 16 de janeiro de 2012”, indicou.

O juiz Carroza encerrou a investigação em 29 de dezembro do ano passado depois de receber os relatórios da perícia a que foram submetidos os restos mortais do ex-presidente, exumados em maio de 2011 do Cemitério Geral de Santiago

De acordo com a investigação judicial, Allende morreu pouco antes do meio-dia do dia 11 de setembro de 1973, em meio ao bombardeio aéreo e terrestre do palácio presidencial de La Moneda por parte das forças golpistas comandadas por Pinochet.

Allende, o primeiro marxista a chegar ao poder no Chile pelo voto popular, apoiou seu AK-47 sob o queixo e disparou dois tiros que levaram a sua morte, de acordo com a perícia.

Alguns de seus partidários afirmaram por anos que Allende foi assassinado por militares que invadiram o palácio, onde permaneceu entrincheirado junto com vários colaboradores, por causa da rejeição em se entregar às forças golpistas.

A morte de Allende foi recordada nesta terça-feira 11 por várias organizações de esquerda, que depositaram coroas de flores em uma porta do palácio presidencial, por onde costumava entrar o ex-presidente e no monumento em sua homenagem diante da casa de Governo, no centro de Santiago.

“Foi decidida uma verdade jurídica que nada tira do valor e da integridade (do presidente Allende)”, declarou a senadora Isabel Allende, filha do ex-presidente, falando junto ao monumento em memória de seu pai.

“É um orgulho porque sabemos que ele ficou em La Moneda, porque sabia que os presidentes constitucionais têm de exercer o mandato até o final”, acrescentou.

A justiça chilena condenou a mais de 200 anos de prisão o chefe da polícia política da ditadura, Manuel Contreras, e mantém abertos cerca de 350 processos envolvendo 700 ex-militares e agentes civis.

Pinochet, por sua parte, foi perseguido por casos de violações aos direitos humanos e enriquecimento ilícito, mas morreu em 10 de dezembro de 2006 sem ser condenado.

Como acontece em cada aniversário do golpe militar no Chile, foram registrados incidentes durante a madrugada em alguns pontos de Santiago, onde pessoas encapuzadas montaram barricadas incendiárias, que cortaram o trânsito em várias avenidas.

A polícia preparou uma operação especial destinada a fazer frente aos confrontos que costumam explodir nos bairros periféricos da capital.

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