Política
Após avaliação médica, Moraes determina oitiva de Anderson Torres sobre blitzes nas eleições
O ministro determinou que o depoimento à Polícia Federal aconteça até o dia 8 de maio


O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou nesta quarta-feira 3, que Anderson Torres preste depoimento para a Polícia Federal sobre as blitzes realizadas pela Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições de 2022.
A suspeita é de que Torres tenha organizado, junto ao ex-diretor da PRF Silvinei Vasques, operações para dificultar a chegada de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos locais de votação.
As paralisações estavam proibidas, conforme decisão de Moraes, mas a PRF ignorou a ordem e manteve a operação. Cerca de 50% dos casos aconteceram nos estados do Nordeste, onde há maior concentração de eleitores do petista.
O depoimento do ex-ministro estava marcado para a última segunda-feira 24, mas foi adiado após alegações da defesa de que a saúde de Torres estava fragilizada e que existiria um ‘risco de suicídio’.
Após avaliação médica, o ministro decidiu que a oitiva deve ser feita até o dia 8 de maio, “em horário a ser definido pela autoridade policial”.
Conforme o documento, Torres terá o “direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação, se instado a responder a perguntas cujas respostas possam resultar em seu prejuízo”.
No dia do depoimento, a Polícia Militar do DF será designada para oferecer “as condições necessárias para a realização de sua oitiva, inclusive mediante escolta policial para o deslocamento”.
O ex-secretário de segurança do Distrito Federal está preso desde o dia 14 de janeiro, investigado pela suspeita de omissão e conivência com os atos golpistas do 8 de janeiro.
Leia a decisão na íntegra:
INQ 4923 - 765-decisao_monocraticaApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Moraes dá 48h para secretaria do DF dizer se é ‘conveniente’ transferir Anderson Torres para hospital psiquiátrico
Por Camila da Silva
A justificativa de Anderson Torres para ter fornecidos senhas inválidas à PF
Por Wendal Carmo