Política
Tarcísio propõe aumento de 20% para policiais civis e militares de São Paulo
Para o Sindicato dos Delegados de SP embora o aceno à categoria seja positivo, o reajuste ainda é insuficiente para tirar o estado dentre os que pior pagam os policiais no País


O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), protocolou, nesta terça-feira 2, um projeto de lei que concede um aumento médio de 20,2% para policiais do estado, a partir de julho.
O reajuste, que é uma promessa de campanha de Tarcísio, ainda precisa ser aprovado pela Assembleia Legislativa para entrar em vigor.
O reajuste deve contemplar mais de 150 mil integrantes das forças de segurança, incluindo profissionais das polícias Civil, Militar, Técnico-Científica e Corpo de Bombeiros, além de aposentados e pensionistas.
No caso da Polícia Militar, por exemplo, o piso da categoria passaria de R$ 3.500 para R$ 5.600, de acordo com o secretário de Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite. Ele explicou ainda que os percentuais de aumento devem ser distribuídos de acordo com os diversos posto de graduação das polícias civil e militar.
O governo já iniciou as negociações para aprovação da medida que terá impacto no orçamento de R$ 2,5 bilhões, este ano.
Para sindicato, reajuste é insuficiente
Para o Sindicato dos Delegados de SP embora o aceno à categoria seja positivo, o reajuste ainda é insuficiente para tirar o estado dentre os que pior pagam os policiais no País; a entidade também questiona percentuais diferenciados que privilegiam a Polícia Militar em detrimento da Polícia Civil.
“Consideramos que o anúncio de hoje é bem-vindo, uma vez que sinaliza uma retomada da valorização da categoria por parte do Estado. Por outro lado, havia uma expectativa muito grande em torno deste reajuste, que, nem de longe, é o que se esperava”, declarou a presidente do Sindpesp, Jacqueline Valadares.
O sindicato destaca que, ao longo do governo de João Doria (PSDB), o acumulado em correção para a instituição foi de 25%; e que a nova gestão propõe para o cargo de delegado de polícia, por exemplo, uma média de 17,85%, segundo documento protocolado nesta manhã na Alesp.
“A porcentagem anunciada há pouco não vai tirar São Paulo, o estado mais rico da nação, da vergonhosa colocação entre os que pagam os piores salários aos policiais civis no Brasil. Para se ter ideia, Mato Grosso, 14º em arrecadação no ano passado, com R$ 42,2 bilhões, é o que oferece o melhor vencimento do País a um delegado: R$ 25.407,95, muito superior à remuneração paulista”, critica a sindicalista.
A entidade também questiona a diferenciação no reajuste aplicado entre agentes da Polícia Militar e Civil. Segundo o sindicato, o reajuste será de 4,7% a mais para os oficiais da Polícia Militar, se comparado ao dos delegados da Polícia Civil.
Tarcísio também propôs aumento do salário mínimo
O governador de São Paulo também propôs um projeto de lei que aumenta o salário mínimo do funcionalismo público em 20,7%. O valor passaria dos atuais R$ 1.284 para R$ 1.550.
A medida também precisa ser aprovada pela Assembleia Legislativa para entrar em vigor.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Em evento do agro, Tarcísio fala em cadeia para ‘invasores’ sem-terra
Por CartaCapital
‘Menos um fazendo o L’: plataforma exclui motorista que atropelou e matou homem em São Paulo
Por CartaCapital
MST questiona governador de SP sobre prisão para quem ocupar terra
Por Agência Brasil