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Irmão de Michelle Bolsonaro comanda ‘gabinete do ódio’ de Tarcísio, diz jornal
Ao menos quatro contas que fazem discursos mais radicais sobre a gestão do governador seriam administradas por Diego Torres Dourado
Diego Torres Dourado, o irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, comanda um conjunto de páginas radicais não oficiais de apoio ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nas redes sociais. A ação lembra o ‘gabinete do ódio’ montado em Brasília nos últimos quatro anos. O caso foi revelado pelo jornal O Globo desta segunda-feira 24.
De acordo com a publicação, Torres, que está contratado como assessor especial de Tarcísio, comandaria ao menos quatro perfis radicais sobre o governador. A função, descreve o jornal, é ser um ‘apagador de incêndios’ na gestão do ex-ministro. Os perfis seriam a ponte entre o Executivo estadual e a militância bolsonarista, uma vez que a gestão de Tarcísio tem preferido manter distância de embates na comunicação oficial. A função não faz parte do escopo oficial do cargo, pelo qual recebe um salário que passa dos 20 mil reais.
Juntas, as páginas somam mais de 1,3 milhão de estão espalhadas em todas as principais redes sociais. O perfil mais conhecido, segundo o jornal, é o ‘Tarcisão do Asfalto’. A página foi criada quando o governador ainda era ministro de Jair Bolsonaro (PL). Atualmente, a maior parte das publicações está dedicada a elogiar a atual gestão em SP e fazer ataques ao presidente Lula (PT).
Além de dar as linhas do pensamento e publicações para a militância bolsonarista sobre Tarcísio de Freitas, Torres seria o responsável por propagar as justificativas do governador durante as crises. Foi dele que partiu a linha defensiva do ex-ministro ao receber críticas por se encontrar com Lula e membros do Supremo Tribunal Federal.
Deputados da base do governo na Alesp também usariam as redes comandadas pelo irmão da ex-primeira-dama para propagar ‘recados’ à militância. De acordo com o jornal, o chefe da Casa Civil de SP, Arthur Lima, também faria sugestões de publicações a Torres.
Ao jornal, Torres não comentou a sua atuação no comando dos perfis sobre o governador de São Paulo.
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