Sociedade

Regulação das redes deve impor retirada de conteúdo violento sobre escolas em até 1h, defende Moraes

Na mesma cerimônia, o ministro da Educação, Camilo Santana, apresentou um conjunto de políticas integradas que serão desenvolvidas sobre a questão

Regulação das redes deve impor retirada de conteúdo violento sobre escolas em até 1h, defende Moraes
Regulação das redes deve impor retirada de conteúdo violento sobre escolas em até 1h, defende Moraes
O presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do STF e do TSE. Foto: Evaristo Sá/AFP
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Na cerimônia de criação do “Conselho da Federação” para discutir a segurança nas escolas brasileiras, nesta terça-feira 18, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou que a experiência de combate à disseminação de notícias falsas durante as eleições de 2022 pode ser aproveitada para desenvolver medidas contra a propagação de conteúdo que incentive a violência contra as escolas nas redes sociais.

Moraes afirmou que a proposta de regulação das redes sociais deve impor que conteúdos dessa natureza sejam retirados do ar em menos de uma hora.

“Nós precisamos agir com celeridade. Assim como, durante o período eleitoral, houve necessidade da atuação com celeridade”, afirmou Moraes. “Antes, se determinava a retirada [de conteúdo antidemocrático e notícias falsas] das redes em 48h, que é uma vida na rede social. Nem precisa tirar mais, porque a notícia ficou velha. Nós mudamos para 2h. E, na véspera das eleições, 1h. No dia da eleição, estavam tirando em 15 minutos. Ou seja, é possível”, observou o ministro. 

Tratando da relação específica entre os recentes atentados às escolas e os conteúdos de violência, Moraes apontou: “é a mesma coisa em relação a atentados, programação de atentados contra escola, bullying contra estudantes, proliferação de discurso racista, nazista, homofóbico contra estudantes. Tem que ser retirado imediatamente”, defendeu Moraes. Então, me parece que a experiência […] deve ser aproveitada para proteção das nossas crianças e adolescentes. É possível, é necessário, basta que nós aprovemos rapidamente uma lei com esses poucos pontos. Nós não precisamos estender tanto”, disse o ministro.

Na mesma cerimônia, o ministro da Educação, Camilo Santana, apresentou um conjunto de políticas integradas que serão desenvolvidas sobre a questão:

Antecipação dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) de 2023. Neste ano, o cronograma do programa estabelece o pagamento de recursos em duas parcelas, em abril e setembro. O titular do MEC informou que a parcela do segundo semestre será antecipada para abril. Além disso, mais de 100 milhões de reais serão destinados ao programa, totalizando, para esse ano, 1 bilhão e 97 milhões de reais de recursos diretamente para as contas das escolas;

– Publicação de resolução relacionada ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) estabelecendo que os recursos poderão ser investidos em infraestrutura e melhoria da segurança das escolas do país; 

– Destinação de 200 milhões de reais a estados e municípios, para que possam implantar núcleos psicossociais;

– Repasse de 90 milhões de reais da Assistência Primária à Saúde para os municípios que aderiram ao Programa Saúde na Escola;

– O governo federal determinou a criação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência nas escolas brasileiras, que será formulada e apresentada em um prazo de até 90 dias, que começou a contar no último dia 05 de abril. A medida foi criada pelo Decreto n. 11.469/23 e é de  responsabilidade de um grupo interministerial composto pelos Ministérios da Educação, da Justiça e Segurança Pública, dos Direitos Humanos e Cidadania, da Saúde, do Esporte e da Cultura, assim como pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM) e pela Secretaria-Geral da Presidência da República;

– Foi criado um canal constante de diálogo entre o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime);

– Está sendo elaborada uma cartilha de recomendações para proteção e segurança no ambiente escolar, que está disponível para todos os gestores escolares a partir de hoje;

– Será lançado um edital para formação continuada, voltada à proteção do ambiente escolar;

– Estabelecimento de parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para implementação de ações da Justiça Restaurativa no ambiente escolar, por meio do Programa “Territórios de Convivência e Cultura de Paz”.

Assim como Moraes, Camilo Santana afirmou que os recentes ataques às escolas brasileiras ampliaram a necessidade de regulamentação das plataformas no Brasil.

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