CartaExpressa
CVM pede que dois indicados para Conselho da Petrobras fiquem ‘inelegíveis’
Comunicado foi divulgado pela Petrobras na manhã desta quinta-feira


A Superintendência de Relações com Empresas (SEP), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), barrou dois indicados do governo federal para ocupar cadeiras no Conselho de Administração da Petrobras. A informação foi divulgada, em nota da estatal, nesta quinta-feira 13.
Os barrados pela CVM são Pietro Adamo Sampaio Mendes e Sérgio Machado Rezende. Segundo a comissão, ambos devem ser considerados inelegíveis no pleito que oficializará os novos membros do Conselho, marcado para o dia 27 de abril.
Os motivos para o pedido não foram destacados no comunicado pela Petrobras. Em nota, a empresa informa apenas ter recebido o ofício da SEP em que o órgão alega que sua orientação estaria “em linha com o entendimento do Comitê de Elegibilidade e do Conselho de Administração”.
Uma reunião do dia 22 de março do atual Conselho de Administração, da Petrobras havia sinalizado a inelegibilidade. Naquela ocasião, com base em informações do Comitê de Elegibilidade, o grupo, por maioria, entendeu que o cargo ocupado por Sampaio Mendes no Ministério de Minas e Energia, onde é secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, seria um conflito de interesses para ocupar a função de presidente no Conselho da estatal. Já Machado Rezende foi considerado inelegível por ter sido membro da diretoria executiva do PSB, o que, segundo as regras, seria um impeditivo.
Sampaio Mendes era o principal indicado pelo governo federal. Ele é atual secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia e foi o escolhido para ocupar a presidência do Conselho. Doutor em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos, ele já foi assessor do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Já Machado Rezende não é uma nomeação direta do MME. Ele foi indicado como um dos dois membros independentes do Conselho de Administração da Petrobras. Seu nome foi selecionado em uma lista elaborada por empresa especializada.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

80 organizações enviam carta ao governo para barrar o avanço da Petrobras na Foz do Amazonas
Por Caio César
Petroleiros questionam na Justiça a venda de usina de xisto ligada à Petrobras
Por CartaCapital
Entenda a divergência entre Alexandre Silveira e Lula sobre mudança na política de preços da Petrobras
Por CartaCapital
Suspeitas envolvendo o pai de Gabriela Hardt e a Petrobras voltam à tona
Por André Lucena