Política
Debate sobre vice de Boulos em 2024 nem começou, diz presidente do PSOL
Mais cedo, o deputado garantiu, em entrevista ao Metrópoles, que seu vice será do PT


O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou nesta quarta-feira 5 não haver definição sobre ter um integrante do PT como vice de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela prefeitura de São Paulo em 2024.
Mais cedo, Boulos garantiu, em entrevista ao Metrópoles, que seu vice será do PT. “Isso já está decidido”, afirmou.
“Esse debate sobre vice ainda nem começou. Mas seria algo muito razoável”, disse Medeiros a CartaCapital.
Apesar da distância até as eleições, o assunto ganhou força nesta semana após o vídeo em que José Luiz Datena conversa com Boulos sobre a disputa. O apresentador, filiado ao PDT, chega a sugerir ao psolista que componha uma chapa com ele e “peite” o presidente Lula (PT).
O assunto gerou reações no PT. O deputado federal Jilmar Tatto, secretário nacional de comunicação do partido e membro da Comissão Executiva Nacional, classificou a gravação como “no mínimo constrangedora”.
“Mesmo sendo uma conversa privada, a gente espera que tenha respeito ao nosso partido e que possamos ser aliados por inteiro”, disse Tatto a CartaCapital. “A gente espera que o comportamento do Boulos seja de aliado. Aliado se defende, aliado não se pede desculpa ou não tenta criar cisão dentro do partido.”
Já o deputado federal Kiko Celeguim, presidente do PT no estado de São Paulo, minimizou a importância da avaliação de Datena sobre o partido.
“Ele [Boulos] não declarou nada a respeito daquilo que o Datena falou, e o que o Datena falou para a gente é irrelevante, até porque ele não é um cara que a gente espera que nos apoie ou preserve uma visão otimista da gente”, afirmou o petista. “Ele passou os últimos anos se dedicando à agenda bolsonarista. Portanto, não acho que a opinião dele a nosso respeito signifique algo.”
Datena ainda diz na gravação que “o PT tem feudos”, que “o PSOL tem mais vontade de ajudar o Brasil do que o PT” e que “o PT é um partido corrupto”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.