Economia

Governo Lula quer adiar debate sobre rito das MPs para focar em 4 medidas urgentes

Com exceção das MPs consideradas fundamentais, as demais podem ser convertidas em projetos de lei de urgência constitucional

Governo Lula quer adiar debate sobre rito das MPs para focar em 4 medidas urgentes
Governo Lula quer adiar debate sobre rito das MPs para focar em 4 medidas urgentes
O presidente Lula e os presidentes do Congresso, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O governo Lula defende deixar em segundo plano neste momento a discussão sobre o rito de tramitação das medidas provisórias, a fim de aprovar as matérias mais urgentes. Assim, a tendência é de que a gestão federal indique as MPs consideradas essenciais, para que elas sejam analisadas conforme o modelo tradicional de comissões mistas, compostas por deputados e senadores. O sistema é alvo de uma disputa entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mencionou nesta quarta-feira 29 quatro MPs que espera ver aprovadas com urgência sob o sistema de comissões mistas:

  • a que reestrutura a Esplanada dos Ministérios, com a criação de pastas como a da Cultura;
  • a que recria o Bolsa Família;
  • a que recria o Minha Casa, Minha Vida; e
  • a que promove mudanças no Carf.

“Essas medidas nós faremos um esforço para procurar instalá-las”, admitiu Randolfe. ‘Há um consenso de que é possível ser feita a instalação delas, inclusive com aquiescência do presidente Arthur Lira e dos líderes da Câmara.”

Os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e na Câmara, José Guimarães (PT-CE), participaram nesta quarta de uma reunião com o presidente Lula (PT) e Rodrigo Pacheco, em Brasília.

“Se for mexer, melhor mexer fora do momento. Você está no meio da necessidade, aí vai discutir? Acho que tanto a Câmara quanto o Senado entenderam que vamos limpar esse problema para não parar o País, e o resto tudo é discutível, a proporcionalidade da comissão, prazos”, disse Wagner.

Randolfe emendou que os envolvidos terão “o tempo suficiente pra buscar a pacificação desse impasse constitucional que ocorreu entre a Câmara e o Senado”.

Até o início da pandemia, as MPs tinham de passar por um colegiado composto por 12 deputados e 12 senadores antes de chegar ao plenário da Câmara e ao do Senado. Com a crise sanitária, porém, um ato conjunto das Casas autorizou a apreciação direta pelo plenário – primeiro na Câmara, depois no Senado. À época, o Congresso funcionava de forma híbrida e uma parte significativa dos congressistas trabalhava remotamente.

Na semana passada, Pacheco afirmou no plenário que o Senado retomaria “a ordem constitucional, com a determinação pela presidência do Congresso Nacional da instalação imediata das comissões mistas de medidas provisórias, com as indicações de lideres da Câmara e do Senado dos membros destas comissões mistas”. A ideia conta com a declarada oposição de Lira.

Se três ou quatro MPs forem, de fato, analisadas conforme o rito das comissões mistas, as outras dez editadas por Lula poderiam ser novamente apresentadas ao Congresso, mas sob a forma de projetos de lei de urgência constitucional.

A urgência solicitada pelo presidente da República pode ocorrer na apresentação do projeto ou em qualquer fase da tramitação. Essa urgência impõe a cada uma das Casas do Congresso o prazo de 45 dias para a deliberação da matéria, sob pena de trancamento da pauta.

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