Economia
Petrobras: Venda de ativos com contrato assinado deve prosseguir, apesar de pedido do governo
O Ministério de Minas e Energia voltou a solicitar que o Conselho de Administração da estatal analisasse a interrupção da venda de ativos


A Petrobras informou nesta quarta-feira 29 que, conforme deliberação de seu Conselho de Administração, uma eventual suspensão da venda de ativos teria de se basear no Plano Estratégico da empresa, elaborado pela diretoria-executiva.
Trata-se de uma resposta ao Ministério de Minas e Energia, que voltou a pedir, nesta quarta, que o Conselho de Administração analisasse a interrupção da negociação de ativos.
“O Conselho de Administração estudará a matéria, caso a nova gestão, recém-empossada, decida por propor a revisão do Plano Estratégico”, prosseguiu a estatal. O comunicado deixa claro, porém, que uma revisão “não deverá incluir os desinvestimentos já em fase de assinatura e fechamento de contratos”.
Em 17 de março, a Petrobras já havia informado não ver razões para suspender a venda de ativos com contratos assinados. Há cinco projetos na lista, incluindo polos e a fábrica de fertilizantes Lubnor, no Ceará. A manifestação foi uma resposta à recomendação do MME, expedida no início do mês, pela interrupção por 90 dias da venda de ativos até uma análise da diretoria.
A semana passada marcou, porém, a eleição da nova diretoria-executiva da companhia. Por isso, o governo Lula solicitou uma nova análise do pedido.
Os diretores eleitos pelo Conselho de Administração terão mandatos de dois anos, até 13 de abril de 2025. São eles: Sergio Caetano Leite (diretor-executivo financeiro e de Relacionamento com Investidores); Joelson Falcão Mendes (Exploração e Produção); Carlos José do Nascimento Travassos (Desenvolvimento da Produção); Claudio Romeo Schlosser (Comercialização e Logística); William França da Silva (Refino e Gás Natural); Clarice Coppetti (Relacionamento Institucional e Sustentabilidade) e Carlos Augusto Burgos Barreto (Transformação Digital e Inovação).
O MME atribui a necessidade de suspender a venda dos ativos a uma reavaliação da Política Energética Nacional e à instauração da nova composição do Conselho Nacional de Política Energética.
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