Política
Moraes diz que redes sociais foram ‘instrumentalizadas’ por golpistas do 8 de Janeiro
O magistrado classificou como ‘falido’ o modelo atual de regulamentação das big techs


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que o modelo usado atualmente para regulamentar as redes sociais está “falido” e que as plataformas foram “instrumentalizadas” durante a preparação dos atos golpistas de 8 de Janeiro em Brasília.
A declaração foi feita nesta terça-feira 28 durante participação do magistrado em audiência pública promovida pelo Corte para discutir a responsabilidade dos aplicativos sobre conteúdos.
Para o magistrado, as redes sociais destroem “reputações” e “dignidades”, sendo responsáveis pelo aumento de casos de depressão e suicídios entre jovens.
“O modelo atual, por mais que alguns queiram defender, é absolutamente ineficiente. Destrói reputações, destrói dignidades, faz e fez com que houvesse um aumento no número de depressão de adolescentes, suicídio de adolescentes, sem que contar a instrumentalização de houve, de todas as plataformas, de todas as big techs, no dia 8 de janeiro”, afirmou Moraes.
O ministro ainda reforçou que a falta de controle sobre o conteúdo é um problema mundial e que redes não podem se tornar “terra de ninguém”.
“Foram instrumentalizadas para o que nós vimos que ocorreu. Então, é falido o modelo atual. E não é no Brasil, é falido no mundo todo. Não é possível, eu repito sempre isso e vou continuar repetindo, não é possível continuarmos achando que as redes sociais são terra de ninguém, sem responsabilidade alguma”, declarou.
A audiência pública promovida pelo STF ouvirá 47 expositores, incluindo representantes do Facebook, Tiktok, e Twitter, assim como integrantes do governo federal e associações de classe.
O evento servirá de base para firmar entendimento sobre o tema para embasar dois processos em trâmite na Corte que discutem a responsabilização das plataformas, prevista no Marco Civil da Internet.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.