Mundo
Ataque com faca deixa dois mortos e vários feridos em centro muçulmano em Lisboa
A hipótese de um atentado terrorista é evocada pela imprensa local, mas até o momento a informação não pôde ser confirmada pelas autoridades
Ao menos duas pessoas morreram nesta terça-feira (28) e várias outras ficaram feridas em um ataque com faca ocorrido em um centro muçulmano da avenida Lusíada, em Lisboa. O agressor, um homem de nacionalidade afegã, foi preso pela polícia no local do crime.
Em comunicado, as autoridades indicaram que o indivíduo realizou o ataque com “uma faca de grandes dimensões”, visando funcionários do Centro Ismaili, no final da manhã, pelo horário local. A polícia foi chamada e chegando ao centro tentou desarmar o agressor. Como ele se recusou a abandonar o facão, e ainda avançou contra os policiais, os agentes reagiram baleando o homem na perna. Depois, ele foi transportado para um hospital da capital portuguesa.
Segundo a imprensa portuguesa, as vítimas são duas mulheres, ambas de nacionalidade portuguesa. Outras duas pessoas esfaqueadas estão internadas em estado grave. A identidade do agressor ainda não foi divulgada.
A hipótese de um atentado terrorista é evocada pela imprensa local, mas até o momento a informação não pôde ser confirmada pelas autoridades.
Em coletiva de imprensa após o ataque, o primeiro-ministro português, António Costa, afirmou que “é prematuro fazer qualquer interpretação sobre as motivações deste ato criminoso”.
“Expresso minha solidariedade e minhas condolências às vítimas e à comunidade ismaelita”, declarou Costa. Segundo o chefe de governo, “tudo indica que foi um ato isolado”.
Muçulmanos ismaelitas
A comunidade muçulmana xiita ismaelita é formada por mais de 15 milhões de pessoas espalhadas em cerca de 30 países. A sede mundial do grupo fica em Lisboa; 7 mil de seus membros moram em Portugal. O líder do grupo, Aga Khan, obteve a nacionalidade portuguesa em 2019.
Considerados hereges por muçulmanos sunitas radicais, os ismaelitas são frequentemente alvo de violências. Um dos piores massacres envolvendo o grupo ocorreu em Karachi, no Paquistão, em 2015. Seis homens metralharam um ônibus que transportava integrantes da comunidade, matando 44 pessoas. O atentado foi reivindicado por jihadistas do Estado Islâmico.
Portugal é raramente palco de ataques armados. O último atentado ocorrido no país aconteceu em 27 de julho de 1983, quando um grupo armado formado por cinco armênios atacou a embaixada da Turquia em Lisboa, matando duas pessoas. Na época, os agressores foram mortos pela polícia.
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