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Um milhão de pessoas protestam na França contra reforma da Previdência

Esta decisão, anunciada na quinta-feira passada e confirmada na segunda com o repúdio de duas moções de censura contra o governo, gerou um recrudescimento da tensão na França

Louisa GOULIAMAKI / AFP
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O nono dia de protestos convocados pelos sindicatos contra a reforma da Previdência do presidente Emmanuel Macron reuniu, nesta quinta-feira (23), 1,089 milhão de pessoas na França, segundo o Ministério do Interior.

Este balanço é inferior em 200.000 pessoas ao recorde de mobilização, registrado em 7 de março. A central sindical CGT estimou em 3,5 milhões o número de manifestantes nos dois casos.

A marcha em Paris bateu um recorde, com 119.000 manifestantes, segundo o Ministério, e 800.000, segundo o sindicato CGT.

O dia de paralisação e manifestações é o primeiro desde que Macron decidiu adotar por decreto sua impopular reforma previdenciária, contra a qual se opõem todos os sindicatos e dois em cada três franceses, segundo pesquisas.

Esta decisão, anunciada na quinta-feira passada e confirmada na segunda com o repúdio de duas moções de censura contra o governo, gerou um recrudescimento da tensão na França.

Desde então, centenas de pessoas, a maioria jovens, participam de protestos espontâneos, marcados pela queima de latas de lixo e denúncias de violência policial.

A mobilização desta quinta, onde foram registrados distúrbios em Paris e outras cidades, como Rennes e Nantes, era considerada chave para saber se os sindicatos conseguirão manter os protestos com o tempo.

Seu objetivo é a retirada do plano, que adia a idade da aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e antecipa para 2027 a exigência de contribuir por 43 anos, e não 42 como é agora, para se ter direito à aposentadoria integral.

A saga da reforma da Previdência é uma fase de desgaste, com um governo inflexível e ansioso por deixar para trás o conflito social e uma oposição – política, sindical e popular – disposta a manter a queda de braço e, inclusive, intensificá-la.

Foto por Charly TRIBALLEAU / AFP

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CHARLY TRIBALLEAU / AFP

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