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Por que Trump diz que será preso nesta terça-feira?
Diante do caso, o republicano pode se tornar o primeiro ex-presidente dos EUA a ser acusado de um crime


O ex-presidente norte-americano, Donald Trump anunciou, no sábado 18, que deve ser preso nesta terça-feira e convocou protestos de seus apoiadores.
A especulação do magnata diz respeito a investigação da Procuradoria do Distrito de Manhattan que pode torná-lo réu por pagar suborno a uma atriz pornô antes das eleições de 2016.
A atriz pornô Stormy Daniels, cujo nome real é Stephanie Clifford, diz ter tido um caso extraconjugal com Trump em 2006.
Para evitar que o caso viesse a público e prejudicasse seu posto na corrida eleitoral, Trump teria feito um pagamento secreto de 130 mil dólares à atriz através de seu advogado particular na época, Michael Cohen.
O inquérito contra Trump está em curso há cinco anos sob comando do promotor distrital da cidade de Nova York, Alvin Bragg. Desde então, o promotor criou um grande júri para investigar se havia provas suficientes para iniciar um processo.
A especulação de que o ex-presidente se tornará réu nos próximos dias não foi confirmada pelos advogados dele, nem pelas autoridades oficiais.
Há ainda a expectativa de que ao menos uma testemunha apresentada pela equipe jurídica do ex-presidente ainda deve depor à Justiça.
A oitiva do advogado Roberto Costello deve apresentar evidências para contradizer o testemunho do ex-advogado de Trump, Cohen, que admitiu ter pago 130 mil dólares a Daniels pouco antes da eleição.
Mesmo que Trump seja acusado, o procedimento padrão de abertura formal dos processos impediria que ele fosse preso nesta terça-feira.
Com a acusação formal, ele precisaria comparecer ao tribunal da cidade de Nova York — o que demandaria, por sua vez, uma negociação prévia entre o escritório do promotor e a equipe de Trump.
Ainda sim, as chances de uma possível condenação criminal não impediria Trump de continuar sua campanha pela Casa Branca em 2026. De acordo com o monitoramento da firma Morning Consult, ele é o favorito dentro do partido, com 52% de intenção de voto entre os filiados do partido, contra 28% do governador da Flórida, Ron DeSantis.
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