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Após 13 anos, Timor Leste dá adeus às forças de paz

A missão, que contou com 1.500 soldados da ONU, vai recolher sua bandeira e mandar de volta para casa os seus últimos integrantes

Após 13 anos, Timor Leste dá adeus às forças de paz
Após 13 anos, Timor Leste dá adeus às forças de paz
Tropas australianas acompanham funcionários da ONU que deixam o Timor Leste no aeroporto de Dili. Foto: afp.com / Valentino de Sousa
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A ONU concluiu a sua missão de manutenção da paz no Timor Leste no domingo, 13 anos depois de ter chegado à nação mais nova da Ásia em meio a uma transição sangrenta para a independência.

A missão, que contou com a presença de cerca de 1.500 soldados e policiais da ONU, vai recolher sua bandeira e mandar de volta para casa os seus últimos integrantes, enquanto uma “equipe de liquidação” de 79 oficiais vai permanecer para encerrar as últimas ações das Nações Unidas.

O vice-primeiro-ministro timorense, Fernando La Sama de Araújo, expressou nesta segunda-feira à AFP a “imensa gratidão” do país pela ação dos soldados da força de paz da ONU.

Os capacetes azuis da ONU chegaram ao Timor em 1999. O país era então vítima de uma onda de violência após a vitória do “Sim” em um referendo sobre a independência.

A votação deveria, supostamente, ter encerrado 24 anos de conflito provocado pela invasão de tropas indonésias, após a saída dos colonizadores portugueses em 1975. Mais de 25% da população de Timor foi dizimada entre 1975 e 1999.

A missão começou a retirar suas tropas em outubro, quando a polícia nacional assumiu a responsabilidade pela segurança, após eleições pacíficas para presidente e para o Parlamento.

“O povo timorense e seus líderes têm demonstrado coragem e uma inabalável vontade de superar os grandes desafios que virão,” indicou em um comunicado o chefe da Missão Integrada das Nações Unidas no Timor Leste (UNMIT), Finn Reske-Nielsen.

“Apesar de haver muito trabalho pela frente, este é um momento histórico que consagra um progresso já concluído.”

Reske-Nielsen indicou que a retirada não marcou o final da parceria entre a ONU e o país, pois “ainda existem desafios”.

“No momento em que as forças de manutenção da paz se despedem, nós esperamos que haja uma nova fase nesta relação tendo como foco o desenvolvimento social e econômico.”

Analistas consideram que há poucas indicações de que possa haver uma retomada da violência a curto prazo, mas as instituições públicas, incluindo a força policial e o setor judiciário, permanecem frágeis.

Também há fortes preocupações de que a pobreza, os altos índices de desemprego entre os jovens e uma população que cresce rapidamente possam levar a um aumento da violência no futuro.

Críticos do governo destacam a forte dependência da economia timorense das reservas de petróleo e gás, que, segundo eles, beneficiam mais as populações urbanas de Timor do que os empobrecidos dos campos.

A ONU desempenhou um papel-chave no nascimento de Timor Leste, organizando a votação que encerrou 24 anos de domínio da Indonésia, que ocupou o país após a saída dos portugueses em 1975. O brutal domínio indonésio causou a morte de 183.000 pessoas – um quarto da população na época.

O processo foi concluído em 2002, quando um governo independente assumiu o poder.

As forças de paz voltaram novamente a entrar em ação em 2006, quando uma deserção em massa nas forças armadas causou conflitos entre facções militares e policiais, e a violência nas ruas deixou pelo menos 37 mortos e dezenas de milhares de deslocados.

O único episódio de violência mais grave depois disso foi a tentativa de assassinato do então presidente José Ramos-Horta em 2008.

 

*Leia mais em AFP

A ONU concluiu a sua missão de manutenção da paz no Timor Leste no domingo, 13 anos depois de ter chegado à nação mais nova da Ásia em meio a uma transição sangrenta para a independência.

A missão, que contou com a presença de cerca de 1.500 soldados e policiais da ONU, vai recolher sua bandeira e mandar de volta para casa os seus últimos integrantes, enquanto uma “equipe de liquidação” de 79 oficiais vai permanecer para encerrar as últimas ações das Nações Unidas.

O vice-primeiro-ministro timorense, Fernando La Sama de Araújo, expressou nesta segunda-feira à AFP a “imensa gratidão” do país pela ação dos soldados da força de paz da ONU.

Os capacetes azuis da ONU chegaram ao Timor em 1999. O país era então vítima de uma onda de violência após a vitória do “Sim” em um referendo sobre a independência.

A votação deveria, supostamente, ter encerrado 24 anos de conflito provocado pela invasão de tropas indonésias, após a saída dos colonizadores portugueses em 1975. Mais de 25% da população de Timor foi dizimada entre 1975 e 1999.

A missão começou a retirar suas tropas em outubro, quando a polícia nacional assumiu a responsabilidade pela segurança, após eleições pacíficas para presidente e para o Parlamento.

“O povo timorense e seus líderes têm demonstrado coragem e uma inabalável vontade de superar os grandes desafios que virão,” indicou em um comunicado o chefe da Missão Integrada das Nações Unidas no Timor Leste (UNMIT), Finn Reske-Nielsen.

“Apesar de haver muito trabalho pela frente, este é um momento histórico que consagra um progresso já concluído.”

Reske-Nielsen indicou que a retirada não marcou o final da parceria entre a ONU e o país, pois “ainda existem desafios”.

“No momento em que as forças de manutenção da paz se despedem, nós esperamos que haja uma nova fase nesta relação tendo como foco o desenvolvimento social e econômico.”

Analistas consideram que há poucas indicações de que possa haver uma retomada da violência a curto prazo, mas as instituições públicas, incluindo a força policial e o setor judiciário, permanecem frágeis.

Também há fortes preocupações de que a pobreza, os altos índices de desemprego entre os jovens e uma população que cresce rapidamente possam levar a um aumento da violência no futuro.

Críticos do governo destacam a forte dependência da economia timorense das reservas de petróleo e gás, que, segundo eles, beneficiam mais as populações urbanas de Timor do que os empobrecidos dos campos.

A ONU desempenhou um papel-chave no nascimento de Timor Leste, organizando a votação que encerrou 24 anos de domínio da Indonésia, que ocupou o país após a saída dos portugueses em 1975. O brutal domínio indonésio causou a morte de 183.000 pessoas – um quarto da população na época.

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O único episódio de violência mais grave depois disso foi a tentativa de assassinato do então presidente José Ramos-Horta em 2008.

 

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