Educação
Professor de SC que fez apologia ao nazismo volta a ser afastado por 60 dias
O educador fez elogios a Hitler em sala de aula e foi filmado por alunos; no ano passado, ele foi punido pela mesma conduta


Um professor da rede estadual de ensino de Santa Catarina foi afastado por 60 dias após promover apologia ao nazismo em uma escola na cidade de Imbituba.
Na terça-feira 14, ele foi filmado por alunos defendendo a doutrina nazista e elogiando Adolf Hitler. No vídeo, um estudante pergunta ao professor se ele apoia as atitudes de Hitler, que foi responsável pelo genocídio de milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. O professor, ao responder, diz que possui “uma admiração”.
“A Secretaria de Estado da Educação (SED), por meio da Coordenadoria Regional de Laguna, informa que, assim que tomou conhecimento da conduta do professor na manhã desta terça-feira 14 começou a tomar todas as medidas cabíveis, visto que há um processo em andamento. O afastamento do professor foi prorrogado por 60 dias e a SED informa que irá tomar todas as providências dentro da legalidade”, afirmou a SED em nota.
Segundo a Polícia Civil, o novo vídeo será anexado a um outro inquérito que investiga o professor pela prática do mesmo crime, em novembro do ano passado. De acordo com Juliano Baesso, o delegado que conduz o caso, “também é investigado um possível crime de discriminação em razão da origem, por alguns comentários efetuados após as eleições”.
No final de 2022, o professor praticou apologia ao nazismo em um aplicativo de mensagens, o que gerou o seu afastamento por 60 dias das funções. Após dizer que “sempre quis ser nazista”, ele também afirmou que era favorável à ideia de mandar “eleitores do PT para uma câmara de gás”. O assassinato em câmaras de gás foi uma das práticas do genocídio nazista em campos de concentração da Europa, na primeira metade do século XX.
No Brasil, a lei n. 7.716/89 definia os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, mas em 1997 a prática específica de apologia ao nazismo foi incorporada à legislação penal.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.