Cultura
Nossa velha juventude
Há 40 anos, entrava em cartaz a peça Feliz Ano Velho, baseada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, depois adaptado também para o cinema
Há 40 anos, mais precisamente em julho de 1983, a peça Feliz Ano Velho, baseada no livro de Marcelo Rubens Paiva, estreava, com estrondo, no Centro Cultural São Paulo. Era tanta gente interessada na montagem do romance lançado alguns meses antes que, no empurra-empurra em busca de um lugar, uma porta de vidro do teatro foi quebrada. Em 1987, Feliz Ano Velho custaria outra porta de vidro. Dessa vez, do Cine Gazeta, na Avenida Paulista, onde aconteceu a pré-estreia da versão cinematográfica.
A edição comemorativa dos 40 anos do livro que o tornou famoso (lançada no fim de 2022) tem trazido à tona, para Paiva, várias memórias desse romance tão pessoal e tão coletivo. “O livro foi escrito para falar de um momento pessoal, mas também trazia algo sobre a história do Brasil, um momento de transição”, diz o autor que, em 1979, sofreu um acidente que o deixou tetraplégico. “Embora fosse sobre minha reabilitação, eu não queria fazer uma história de superação.”
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