Política

Erika Hilton pede ao STF medidas cautelares contra Nikolas Ferreira por transfobia

Durante sessão em 8 de março, o deputado usou a tribuna da Câmara para debochar de mulheres trans

Erika Hilton pede ao STF medidas cautelares contra Nikolas Ferreira por transfobia
Erika Hilton pede ao STF medidas cautelares contra Nikolas Ferreira por transfobia
Foto: Reprodução
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A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou ao Supremo Tribunal Federal um pedido de adoção de medidas cautelares contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) por declarações transfóbicas na Câmara dos Deputados e nas redes sociais. O pedido foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do Inquérito das Fake News.

No documento, a parlamentar solicita que Moraes suspenda os perfis de Nikolas nas redes devido e alega haver uma disseminação de notícias falsas contra pessoas trans. Ela se baseia em 19 publicações feitas pelo bolsonarista desde o episódio de transfobia no Congresso.

“Está evidente que o Deputado Nikolas Ferreira, além de manter atividade criminosa constante de disseminar notícias falsas, transfobia e incitação à transfobia por todas as suas redes sociais, ainda está intencionalmente obtendo vantagem com a prática delituosa”, escreveu Hilton.

A deputada ainda pede que o parlamentar seja incluído no inquérito e solicita a remoção de todas as postagens que “trazem conteúdos mentirosos e transfóbicos a respeito da população trans e travestis”.

“Ao apresentar esse discurso a milhões de seguidores virtuais, o deputado promove um completo desvirtuamento de sua função pública, propagando informações falsas a respeito da identidade de gênero de um número expressivo de cidadãs brasileiras.”

A prática dos crimes de homofobia e transfobia foi equiparada à do crime de racismo, em 2019, pelo STF. A pena é de um a três anos de prisão.

Durante sessão em homenagem às mulheres em 8 de março, Nikolas usou a tribuna da Câmara para debochar de mulheres trans. Ao vestir uma peruca loira, o parlamentar disse se chamar ‘Nicole’ e afirmou que, por isso, tinha “lugar de fala” no Dia Internacional das Mulheres.

Depois do discurso, deputados ingressaram com ações no STF e no Conselho de Ética da Câmara. Nikolas Ferreira já era investigado por transfobia em outro processo, protocolado pela deputada Duda Salabert (PDT).

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