Política

A gente quer discutir a grande política e não somente o caso Nikolas, diz Duda Salabert

A deputada afirma que Nikolas é ‘tema pequeno’: Acho importante dizer que nós, pessoas travestis e transexuais, debatemos sobre economia’

A gente quer discutir a grande política e não somente o caso Nikolas, diz Duda Salabert
A gente quer discutir a grande política e não somente o caso Nikolas, diz Duda Salabert
Foto: Reprodução/Redes Sociais
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A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) afirmou que limitar parlamentares travestis e transexuais à pauta identitária serve à lógica que elegeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Não fui eleita para isso”, afirmou Salabert em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. “Eu sou a deputada federal mais votada da história de Minas Gerais, a gente quer discutir a grande política“. 

A parlamentar também condenou o discurso transfóbico de Nikolas Ferreira (PL-MG) e afirmou que o deputado é “um tema pequeno”.

“Nós, pessoas travestis e transexuais, não estamos preocupadas com Nikolas, estamos preocupadas com garantir a dignidade mínima para nossa existência”, declarou. “Até 200 anos atrás negros e negras não eram reconhecidos como humanos pelo Estado brasileiro. E hoje nós, pessoas travestis e transexuais, não somos reconhecidas como humanos, porque a gente está lutando por questões básicas que ainda não conquistamos”.

Na conversa, Duda refletiu sobre quais discussões as pessoas travestis e transexuais devem ser incluídas.

“Acho importante dizer que nós, pessoas travestis e transexuais, debatemos sobre economia”, pontuou. “Seria importante, por exemplo, jornais […] nos procurar para discutir sobre a nossa perspectiva sobre a reforma tributária, sobre o que nós achamos da Lei Kandir [sobre a isenção de imposto para importação], sobre um plano que defendemos de diversificação econômica para municípios mineradores, a visão que nós temos sobre a crise climática”.

Segundo a deputada, “esses debates no ponto de vista moral estão reproduzindo uma lógica de nos reduzir, de nos caricaturar e de nos colocar exclusivamente para debater temas como Nikolas”.

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