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MPF pede a responsabilização de Nikolas Ferreira por discurso transfóbico na Câmara
Procuradora também solicitou que a Mesa Diretora da Casa apure uma suposta violação ética por parte do bolsonarista


A procuradora da República Luciana Loureiro de Oliveira, do Ministério Público Federal no DF, protocolou uma representação nesta quarta-feira 8 contra o deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG), que usou a tribuna da Câmara para proferir um discurso transfóbico no Dia Internacional das Mulheres.
O MPF representa pela adoção de medidas de responsabilização cível (dano moral coletivo) e/ou criminal. Segundo a procuradora, a conduta de Ferreira pode incidir em incitação à discriminação por motivo de gênero.
Ela também pediu que a Mesa Diretora da Câmara apure uma suposta violação ética por parte do bolsonarista.
Durante sessão nesta tarde, Nikolas Ferreira vestiu uma peruca loira e disse que as mulheres estariam perdendo espaço para “homens que se sentem mulheres”. Também fez uma série de outras afirmações transfóbicas.
Logo depois do pronunciamento, a deputada federal Tabata Amaral (PSB–SP) anunciou que apresentará ao Conselho de Ética da Câmara um pedido de cassação do mandato do deputado de extrema-direita.
O PSOL, cuja bancada é liderada por Sâmia Bomfim (SP), informou que protocolará uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal.
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