Política

Governo Bolsonaro deu cargo em Paris a chefe da Receita que tentou liberar joias

A iniciativa seria um plano de ‘exílio’ para a cúpula do órgão com o objetivo de que irregularidades do clã Bolsonaro não fossem delatados

Governo Bolsonaro deu cargo em Paris a chefe da Receita que tentou liberar joias
Governo Bolsonaro deu cargo em Paris a chefe da Receita que tentou liberar joias
Julio Cesar Vieira Gomes. Foto: Reprodução
Apoie Siga-nos no

O chefe da Receita Federal, que tentou interferir na liberação de joias dadas como presente à ex-primeira-dama pelo governo da Arábia Saudita, foi indicado para um cargo em Paris pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação é do G1.

Julio Cesar Vieira Gomes, que comandava o Fisco na ocasião, foi nomeado como adido da Receita Federal na França no dia 30 de dezembro de 2022, um dia após tentar recuperar as joias que entraram no Brasil ilegalmente, avaliadas em 16,5 milhões de reais.

Os objetos foram apreendidos com um integrante da comitiva oficial do governo brasileiro ao país árabe. Ele teria dado uma “carteirada” diante do órgão no aeroporto de Guarulhos, mas não conseguiu sair do local com as joias.

A nomeação foi assinada pelo ex-vice-presidente Hamilton Mourão, já que na data Bolsonaro já havia partido para os Estados Unidos.

Outro auditor fiscal suspeito de interferir para liberar os presentes também teria sido nomeado adido da Receita nos Emirados Árabes.

José de Assis Ferraz Neto, então subsecretário-geral da Receita, teria pressionado o corregedor do órgão para não investigar a quebra de sigilo fiscal de desafetos da família do ex-capitão.

A nomeação de Vieira foi cancelada por Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo