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Torres pede ao STF para ficar em silêncio na CPI do DF sobre os atos golpistas
A comissão iniciou seus trabalhos nesta quinta-feira 2; os parlamentares ouviram o delegado Fernando de Souza Oliveira


Preso sob suspeita de omissão nos ataques golpistas de 8 de janeiro, o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres pediu ao Supremo Tribunal Federal para não ser obrigado a comparecer à CPI dos Atos Antidemocráticos, aberta pela Câmara Legislativa do DF.
No documento, a defesa de Torres alega que as investigações já estariam “robustecidas largamente por depoimentos de outros investigados e por prova técnica” e, por isso, decidiu invocar “o direito constitucional de silêncio de investigado e de não comparecimento”.
A CPI dos Atos Antidemocráticos iniciou seus trabalhos nesta quinta-feira 2, quando os parlamentares ouviram o delegado Fernando de Souza Oliveira, chefe interino da secretaria durante os atos golpistas. No depoimento, ele afirmou que a Polícia Militar não executou o plano de segurança elaborado.
O depoimento de Torres está previsto para 9 de março. Para que isso aconteça, porém, o STF deverá liberar a oitiva. Na quarta-feira, a Corte negou um recurso da defesa e manteve a prisão preventiva de Torres. No despacho, o ministro Alexandre de Moraes argumentou que revogar a prisão poderia atrapalhar o andamento das investigações.
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