Política
Lula recria o Consea, extinto por Bolsonaro: ‘É preciso recuperar o direito do povo de comer’
O presidente assinou um decreto que cria um grupo interministerial para discutir o combate à fome
O presidente Lula (PT) reinstalou nesta terça-feira 28 o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, destituído em 2019, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro. Segundo o petista, é necessário “recuperar o direito desse povo não apenas de comer três vezes ao dia, mas de andar de cabeça erguida, ter orgulho de ser brasileiro, com trabalho decente e escolas”.
Além do decreto que trata da recomposição do órgão, Lula assinou uma medida que estabelece a criação da Câmara Interministerial da Segurança Alimentar e Nutricional, a ser composta por 24 ministérios com o objetivo de articular ações conjuntas em diversos setores para o combate à fome.
Durante a cerimônia de retomada, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, criticou a suspensão do Conselho por Bolsonaro e mencionou o drama da fome no País.
“Podemos afirmar que o autoritarismo que destruiu o que foi conquistado em 2014 – como a saída do País do Mapa da Fome – trouxe esses 33 milhões de famintos. Mas hoje, aqui, com o Consea instalado, podemos de cabeça erguida dizer ao Brasil que vamos nos mobilizar novamente e tirar o País do Mapa da Fome”, declarou.
O Conselho integrará a estrutura da Secretaria-Geral da Presidência, comandada por Márcio Macêdo. Ocupará a presidência nacional do Consea Elizabetta Recine, também empossada nesta terça.
Lula reforçou o compromisso do governo de combater a fome e listou estratégias que devem ganhar atenção com o retorno do Conselho.
“Se nós produzimos alimento demais neste País e tem gente passando fome, significa que alguém está comendo mais do que deveria e deixando outros sem comer. Se estamos desperdiçando alimento entre a produção e o consumo, algo está errado. E mais errado ainda é não ter dinheiro para comer”, disse o presidente.
Ele anunciou a retomada de discussões sobre como facilitar a produção de alimentos no País, a exemplo do programa Mais Alimentos, lançado em 2008 para oferecer subsídios à agricultura familiar.
“A gente vai garantir que se as pessoas produzirem em excesso não vão perder, porque o governo vai comprar para distribuir onde precisa. Nós vamos fazer uma grande discussão não só com a agricultura familiar. Temos 4,6 milhões de propriedades com menos de 100 hectares neste País e precisamos chamar essa gente toda para aumentar a produção de alimento saudável.”
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