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Yanomamis: MPF abre investigação sobre gastos da Saúde e da Funai sob Bolsonaro
Segundo denúncia encaminhada pelo senador Jorge Kajuru, a pasta gastou R$ 41 milhões em voos, enquanto a Funai usou R$ 3,9 milhões com alimentação


O Ministério Público Federal abriu um procedimento para apurar gastos do Ministério da Saúde e da Funai no território Yanomami sob o governo de Jair Bolsonaro no período em que a crise humanitária se agravava na região.
Conforme denúncia encaminhada pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO) ao Tribunal de Contas da União, a Saúde gastou 41 milhões de reais em voos às terras yanomamis, enquanto a Funai usou 3,9 milhões de reais com alimentação.
A suspeita apontada pelo parlamentar é de desvio de recursos, dada a condição precária de saúde em que os indígenas foram encontrados. Na ação, Kajuru pede o detalhamento dos deslocamentos, as datas e os horários dos voos, além dos profissionais que viajaram, dos produtos levados e dos pacientes atendidos durante a gestão Bolsonaro.
“Há contrastes importantes. Primeiro é o gasto significativo com gêneros alimentícios por parte da Coordenação Regional da Funai em Roraima no ano de 2022, porém os indígenas apresentam desnutrição avançada, alguns estão em estado crítico. As despesas e os fatos são antagônicos”, escreveu o senador. “O segundo contraste está no elevadíssimo gasto com serviços de transporte aéreo, porém, de outro lado, os indígenas foram abandonados.”
O processo de investigação tramitará na sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília.
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