Economia
Se depender de mim, Dilma será presidenta do Banco dos Brics, diz Lula
O presidente se referiu à correligionária como ‘mulher extraordinária’ e ‘muito competente tecnicamente’


O presidente Lula (PT) confirmou, nesta quinta-feira 16, sua intenção de levar Dilma Rousseff (PT) à presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), conhecido como Banco dos Brics. O bloco é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e, após os anos de Jair Bolsonaro (PL), deve voltar a ganhar atenção do governo brasileiro.
Lula viajará a Pequim, na China, na segunda quinzena de março e tem a expectativa de contar com Dilma na comitiva. Assessores do governo afirmam que a indicação da petista já tem o aval de membros do Brics.
“Se depender de mim, ela vai ser [presidenta do banco]. A Dilma é uma figura extraordinária. Se eu não tivesse sido presidente e tivesse sido ministro político da Dilma, não teria acontecido o que aconteceu. Acho que faltou um pouco de conversa, de paciência, mas ela é uma mulher extraordinária, digna de muito respeito, e o PT adora ela”, afirmou o presidente em entrevista à CNN Brasil. “Ela é muito competente tecnicamente. Se for presidenta do Brics, será uma coisa maravilhosa para o Brics e para o Brasil.”
A oficialização, no entanto, depende de o diplomata Marcos Troyjo, atual presidente do banco, renunciar. Indicado ao cargo por Bolsonaro, ele tem um mandato válido até 2025. Nos últimos dias, ganhou força uma possível transferência de Troyjo para o governo de Tarcísio de Freitas, em São Paulo.
O NDB tem o objetivo de mobilizar recursos para investir em projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em mercados emergentes. A estratégia do banco para o período entre 2022 e 2026 é intitulada Aumentar o Financiamento do Desenvolvimento para um Futuro Sustentável.
“Para cumprir nosso propósito, apoiamos projetos nos setores público e privado por meio de empréstimos, investimentos de capital e outros instrumentos sob medida”, diz o banco.
As áreas de operação do NDB se dividem em:
- Energia Limpa e Eficiência Energética
- Infraestrutura de transporte
- Água e saneamento
- Proteção do meio ambiente
- Infraestrutura social
- e Infraestrutura digital
O NDB foi fundado em 2014 com capital autorizado de 100 bilhões de dólares e capital inicial de 50 bilhões, com contribuições igualmente distribuídas entre os cinco membros fundadores.
A instituição está sediada em Xangai, na China, onde Dilma deve passar a morar se assumir a presidência. O primeiro escritório regional do NDB foi aberto em Joanesburgo, na África do Sul.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.