Política

Governo identifica garimpo ilegal a 15km de povos indígenas isolados em área Yanomami

‘A presença deles ali traz um risco fatal aos isolados, por isso aqueles que se recusarem a sair devem ser presos pela operação’, afirmou a ministra Sonia Guajajara

Governo identifica garimpo ilegal a 15km de povos indígenas isolados em área Yanomami
Governo identifica garimpo ilegal a 15km de povos indígenas isolados em área Yanomami
Foto: Leo Otero/MPI
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Uma operação conjunta da Polícia Federal, Ibama, Funai e outros órgãos do governo federal localizou um ponto de garimpo ilegal em área Yanomami a menos de 15 quilômetros de uma comunidade de povos indígenas isolados. 

A informação foi divulgada neste sábado 11 pelo Ministério dos Povos Indígenas.

Segundo a pasta, as imagens do sobrevoo realizado em Roraima na sexta-feira, “comprovam que os indígenas vivem no local e não estariam longe dali, dada a conservação das malocas que os abrigam e dos alimentos plantados no entorno”.

De acordo com a Funai, tratam-se de indígenas do povo Moxihatëtëa — que vivem em completo isolamento. Eles são monitorados pela fundação desde 2010. 

É importante que os garimpeiros saiam logo dali. A presença deles ali traz um risco fatal aos isolados, por isso aqueles que se recusarem a sair devem ser presos pela operação [da PF]”, afirmou a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, de acordo com o comunicado da pasta.

Área de garimpo no entorno da comunidade indígena isolada Moxihatëtëa — Foto: Leo Otero/MPI

O Ministério Público Federal vem alertando sobre a ameaça de genocídio dos yanomamis isolados Moxihatëtëa desde 2017, pela presença do garimpo ilegal. A comunidade têm sofrido com casos de desnutrição, doenças como malária e pneumonia, além de violência, incluindo episódios de agressões e assassinatos. 

Em 2021, denúncias apontaram que dois indígenas da comunidade foram mortos a tiros por garimpeiros.

Desde sexta-feira 10, a Polícia Federal está em operação para colher provas materiais sobre a atividade do garimpo em território Yanomami.

Com informações da Agência Brasil 

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