Sociedade
PF entra na Terra Yanomami para investigar a morte de 3 indígenas por garimpeiros
Enquanto isso, defensores da garimpagem pedem ajuda ao governo federal para que dezenas de milhares de garimpeiros deixem a Terra Indígena


Agentes da Polícia Federal foram à Terra Indígena Yanomami, nesta segunda-feira 6, em diligências para apurar a morte de três indígenas por garimpeiros ilegais.
“No momento, não será concedida entrevista e não há mais informações disponíveis”, declarou, em nota, a PF em Roraima.
A informação sobre as mortes foi divulgada por Júnior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’Kuana, uma das principais lideranças da região de Surucucu, no extremo oeste do estado e próxima à fronteira com a Venezuela.
Segundo o relato, os três foram atingidos por disparos de arma de fogo. Um deles foi morto na região do Homoxi e os outros dois na região de Parima. As duas áreas têm forte presença de garimpeiros.
Afetados pelo garimpo ilegal em suas terras há anos, os indígenas yanomamis têm sofrido com casos de desnutrição, doenças como malária e pneumonia, e violência, incluindo episódios de agressões e assassinatos. A situação se agravou nos últimos quatro anos.
No último domingo 5, foi registrada a morte de mais uma criança indígena, vítima de desnutrição grave e desidratação.
Nesta segunda, defensores da garimpagem pediram ajuda ao governo federal para que dezenas de milhares de garimpeiros deixem a Terra Yanomami. “A lei tem que ser cumprida. Não vamos discutir isso, mas precisamos que o governo federal ajude os trabalhadores em algumas questões”, declarou à Agência Brasil o coordenador de articulação política do Movimento Garimpo é Legal, Jailson Mesquita.
Ele alega que garimpeiros que estão em áreas remotas já não conseguem encontrar transporte para retornar aos centros urbanos. Eles pedem que a gestão Lula libere o acesso de aviões e de lanchas particulares ao interior da Terra Indígena ou ofereça transporte aéreo ou fluvial para quem quiser deixar a área imediatamente.
(Com informações da Agência Brasil)
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Dino diz que 80% dos garimpeiros na TI Yanomami devem sair da região nesta semana
Por André Lucena
Marina diz que situação dos yanomami é ‘atrocidade’ induzida pelo governo Bolsonaro
Por CartaCapital
Defensoria pede agilidade do governo federal no atendimento ao povo Yanomâmi
Por André Lucena