Política
‘Não há mais espaço para aqueles que atentam contra os Poderes’, diz Lira após vitória
O parlamentar foi reeleito para a presidência da Câmara com votação recorde


Reeleito com votação recorde presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) fez fortes críticas aos envolvidos com os ataques golpistas de 8 de janeiro, durante discurso após a sua vitória.
Aos colegas parlamentares, chamou os participantes dos atos antidemocráticos de “vândalos e instrumentadores do caos” e disse que haverá “o rigor da lei” no julgamento.
“Não há mais espaço para aqueles que atentam contra os Poderes que simbolizam a nossa democracia. Esta Casa não acolherá, defenderá ou referendará nenhum ato, discurso ou manifestação que atente contra a democracia. Quem assim atuar terá a repulsa deste Parlamento, a rejeição do povo brasileiro e os rigores da lei”, declarou.
Lira afirmou ainda que a volta aos trabalhos do Congresso Nacional e do Judiciário prova o “funcionamento pleno da democracia” e disse que o País “não irá prosperar” sem o regime democrático.
“O dia de hoje é prova do funcionamento pleno da nossa democracia. Não é qualquer a baderna de qualquer um atacando-a materialmente que tirará a sua presença da vida, do dia a dia e do espírito dos brasileiros”, declarou.
No mesmo discurso, ele pediu uma “autocrítica” à sociedade devido ao que chamou de “criminalização da política”, processo que, segundo ele, contribuiu para abalar a “representatividade” das instituições.
Na ocasião, o presidente da Câmara fez uma referência implícita à Operação Lava Jato.
“Transformaram denúncias que deveriam ser apuradas sob o manto da lei em verdadeiras execuções públicas”, declarou Lira. “Empresas foram destruídas, empregos foram ceifados, reputações jogadas na lata do lixo. Esses atos, muitas vezes, burlaram as leis, o direito à defesa, e foram o estopim para um clima hostil em relação à política.”
A candidatura de Lira teve o apoio do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na primeira eleição, o seu nome era sustentado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).
O seu desempenho foi diferente do que se viu com a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) no Senado. No caso do parlamentar de Minas Gerais, houve um decréscimo na obtenção de votos em relação ao registro de 2021.
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