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Breivik choca tribunal com descrição de assassinatos na Noruega

Norueguês detalhou massacre cometido em julho e disse ser penalmente responsável por seu atos

Breivik choca tribunal com descrição de assassinatos na Noruega
Breivik choca tribunal com descrição de assassinatos na Noruega
Breivik deixa o tribunal nesta sexta-feira 20, enquanto seus advogados, Geir Lippestad e Vibeke Hein Baera, conversam. Foto: Stian Lysberg Solum / AFP
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O terrorista norueguês Anders Behring Breivik chocou a Noruega nesta sexta-feira 20 ao descrever, com detalhes, o massacre de 69 pessoas promovido por ele em 22 de julho do ano passado, na ilha de Utoya, próxima a Oslo. No quinto dia de seu julgamento, Breivik também deu um duro golpe na estratégia de sua defesa, ao dizer que é penalmente responsável por seu atos, e não inimputável por conta de problemas mentais.

Breivik falou por uma hora e meia sobre como cometeu os assassinatos. Disse que não teria ido até a ilha de Utoya caso a bomba colocada em um prédio do governo tivesse derrubado a edificação. Por acreditar que o trabalho estava incompleto, Breivik se dirigiu à ilha, onde estavam reunidos membros da ala jovem do Partido Trabalhista da Noruega. Antes de descrever os assassinatos, “horrendos” segundo ele, sugeriu que as pessoas deixassem a sala do tribunal. Breivik, então, começou a dizer como matou adolescentes paralisados de medo, pessoas que se fingiam de mortas e outras escondidas até mesmo à beira de precipícios. Segundo relato do jornal britânico The Guardian, o relato de Breivik emocionou os parentes das vítimas presentes no tribunal, e até mesmos advogados e jornalistas que acompanham o julgamento.

De acordo com a AFP, Breivik disse no tribunal que pensou em uma “operação suicida” depois de ter esgotado todas as vias pacíficas para promover suas ideias nacionalistas, um fracasso que atribuiu à censura dos meios de comunicação entregues, segundo ele, ao multiculturalismo. Para poder executar o ataque, o extremista de 33 anos afirmou que recorreu a um “mecanismo de defesa” e que “desumanizou” as vítimas, após um treinamento de vários anos. “É preciso desumanizar o inimigo. Se não tivesse feito isto, não teria obtido sucesso”.

Breivik afirmou também que não se trata de um caso psiquiátrico e que, em tempos normais, é uma pessoa simpática. Ele voltou a insistir que deve ser reconhecido como penalmente responsável por seus atos. “Não sou um caso psiquiátrico e sou penalmente responsável”, declarou Breivik. “Quando se vê uma coisa tão extrema é possível pensar que se trata de loucura, mas é necessário diferenciar entre extremismo político e loucura no sentido clínico do termo”, afirmou.

A questão da saúde mental do extremista, considerado penalmente irresponsável em um primeiro exame psiquiátrico e responsável em uma segunda análise, é central neste processo que deve durar 10 semanas. “Sou alguém muito simpático em uma época normal”, declarou Breivik, antes de afirmar que a partir de 2006 teve que reprimir suas emoções, especialmente com a prática da meditação, e cortar as relações sociais com o objetivo de preparar-se para cometer os dois atentados executados em 22 de julho de 2011.

Breivik afirma estar em guerra contra “as elites que permitem a islamização da Europa” e admitiu os crimes, mas se recusa a afirmar que é culpado. No quarto dia de julgamento, Breivik pediu que seja inocentado ou então condenado à morte. “Absolvição ou pena de morte são os únicos resultados lógicos neste caso”, afirmou. Breivik disse ainda que não é racista e criticou o “racismo antieuropeu” dos meios de comunicação.

*Leia mais em: AFP Movel.

O terrorista norueguês Anders Behring Breivik chocou a Noruega nesta sexta-feira 20 ao descrever, com detalhes, o massacre de 69 pessoas promovido por ele em 22 de julho do ano passado, na ilha de Utoya, próxima a Oslo. No quinto dia de seu julgamento, Breivik também deu um duro golpe na estratégia de sua defesa, ao dizer que é penalmente responsável por seu atos, e não inimputável por conta de problemas mentais.

Breivik falou por uma hora e meia sobre como cometeu os assassinatos. Disse que não teria ido até a ilha de Utoya caso a bomba colocada em um prédio do governo tivesse derrubado a edificação. Por acreditar que o trabalho estava incompleto, Breivik se dirigiu à ilha, onde estavam reunidos membros da ala jovem do Partido Trabalhista da Noruega. Antes de descrever os assassinatos, “horrendos” segundo ele, sugeriu que as pessoas deixassem a sala do tribunal. Breivik, então, começou a dizer como matou adolescentes paralisados de medo, pessoas que se fingiam de mortas e outras escondidas até mesmo à beira de precipícios. Segundo relato do jornal britânico The Guardian, o relato de Breivik emocionou os parentes das vítimas presentes no tribunal, e até mesmos advogados e jornalistas que acompanham o julgamento.

De acordo com a AFP, Breivik disse no tribunal que pensou em uma “operação suicida” depois de ter esgotado todas as vias pacíficas para promover suas ideias nacionalistas, um fracasso que atribuiu à censura dos meios de comunicação entregues, segundo ele, ao multiculturalismo. Para poder executar o ataque, o extremista de 33 anos afirmou que recorreu a um “mecanismo de defesa” e que “desumanizou” as vítimas, após um treinamento de vários anos. “É preciso desumanizar o inimigo. Se não tivesse feito isto, não teria obtido sucesso”.

Breivik afirmou também que não se trata de um caso psiquiátrico e que, em tempos normais, é uma pessoa simpática. Ele voltou a insistir que deve ser reconhecido como penalmente responsável por seus atos. “Não sou um caso psiquiátrico e sou penalmente responsável”, declarou Breivik. “Quando se vê uma coisa tão extrema é possível pensar que se trata de loucura, mas é necessário diferenciar entre extremismo político e loucura no sentido clínico do termo”, afirmou.

A questão da saúde mental do extremista, considerado penalmente irresponsável em um primeiro exame psiquiátrico e responsável em uma segunda análise, é central neste processo que deve durar 10 semanas. “Sou alguém muito simpático em uma época normal”, declarou Breivik, antes de afirmar que a partir de 2006 teve que reprimir suas emoções, especialmente com a prática da meditação, e cortar as relações sociais com o objetivo de preparar-se para cometer os dois atentados executados em 22 de julho de 2011.

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