Mundo
Depois de atentado, tropas sírias fazem suas vítimas
Tropas sírias abrem fogo contra manifestantes em Damasco e outras cidades do país e deixam 25 feridos


Como se não bastasse o saldo de 55 mortos e 370 feridos nos atentados desta quinta-feira 10, em Damasco, na capital da Síria, as tropas do governo atiraram para dispersar os manifestantes no bairro de Tadamon, tradicionalmente hostil ao regime do presidente Bashar al-Assad, deixando cinco pessoas feridas.
De acordo com Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), também foram efetuados disparos das tropas regulares em outras manifestações, em particular em Hasaka (nordeste), onde os manifestantes revidaram jogando pedras nos soldados na cidade de Al-Shadadi.
Na província de Hama (centro), 20 manifestantes ficaram feridos, um deles em estado grave, quando as tropas abriram fogo contra uma manifestação em Helfaya. Nessa cidade também morreram duas pessoas durante buscas em residências.
Depois dos atentados de ontem em Damasco, partes de corpos destroçados enchiam os sacos de náilon das equipes de resgate à medida que eram recolhidos os restos humanos espalhados pela região de Damasco atingida nesta quinta-feira por dois atentados, enquanto sírios perambulavam atônitos em meio ao cenário de terror.
Entre os carros ainda fumegantes, alguns buscavam seus familiares, quando chega uma idosa, perturbada, com as mãos voltadas para o céu.
“Pobre Síria, pobres de nós”, afirma um homem. “Meu primo… quero saber o que aconteceu com meu primo!”, grita outro.
“Em nossa vida, nunca vimos isso!”, exclama um sírio, que sobreviveu ao atentado mais devastador desde o início da revolta popular em seu país, há 14 meses.
O fotógrafo da AFP no local viu “um pequeno cérebro, talvez o de uma criança, banhado em uma poça de sangue”.
Em mais de 50 metros ao redor, as fachadas dos edifícios estão destruídas e as ruas destroçadas. Por todo lado, são vistos carros cuja carroceria derreteu, ônibus destruídos, árvores caídas à beira de uma estrada com crateras profundas provocadas pelas explosões.
Com um minuto de diferença, duas fortes explosões sacudiram às 8 horas locais (2 horas de Brasília) o sul da capital, em horário de grande movimento, e deixaram mais de 55 mortos e 370 feridos, segundo a rede de televisão estatal.
Em meio a estas cenas de desolação, um homem grita: “É essa a liberdade que vocês querem? Morreram alunos a caminho da escola e funcionários que iam ao trabalho”, referindo-se ao protesto popular.
“São os presentes de (Recep Tayip) Erdogan e de Hamad (Ben Khalifa al-Thani)”, o primeiro-ministro turco e o emir do Qatar. “Assassinam as crianças, os idosos e os religiosos”, lança outro homem, fotografado pela AFP.
O Qatar incentivou o armamento dos rebeldes sírios, enquanto a Turquia, antiga aliada de Damasco, lidera agora as críticas ao regime.
Estas imagens terríveis “lembram as explosões que ocorreram no Iraque após a invasão americana” desse país em 2003, considerou um analista na rede de televisão pública síria.
Para ele, estes atentados estão dirigidos contra o regime do presidente Bashar al-Assad, atacado, segundo ele, porque coloca em andamento reformas políticas.
Em terra, os partidários do chefe de Estado fizeram uma demonstração de força.
Na chegada do chefe dos observadores da ONU na Síria, o general norueguês Robert Mood, ao local dos dois atentados, dezenas de pessoas o cercaram.
“Por nosso sangue e por nossa alma, nos sacrificaremos por ti, Bashar”, cantaram em apoio ao presidente, que afirma combater há 14 meses os “grupos terroristas” armados pelo exterior.
Um grande número de civis com armas, provavelmente agentes de segurança, também estava presente.
Uma missão de observação da ONU encontra-se na Síria desde o dia 15 de abril, de acordo com o plano de saída de crise do emissário internacional Kofi Annan, para supervisionar a aplicação do cessar-fogo, amplamente ignorado.
Nos últimos meses, uma série de sangrentos atentados sacudiu a capital, nos bairros de Qassaa, Midan e Kafar Soussé etndo como alvos edifícios de segurança, deixando dezenas de vítimas.
O último realizado em Damasco ocorreu no dia 27 de abril. Onze pessoas morreram em um ataque suicida em frente a uma mesquita.
A repressão e os combates entre soldados e insurgentes deixaram cerca de 12.000 mortos desde março de 2011, em sua grande maioria civis mortos pelas tropas governamentais.
Como se não bastasse o saldo de 55 mortos e 370 feridos nos atentados desta quinta-feira 10, em Damasco, na capital da Síria, as tropas do governo atiraram para dispersar os manifestantes no bairro de Tadamon, tradicionalmente hostil ao regime do presidente Bashar al-Assad, deixando cinco pessoas feridas.
De acordo com Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), também foram efetuados disparos das tropas regulares em outras manifestações, em particular em Hasaka (nordeste), onde os manifestantes revidaram jogando pedras nos soldados na cidade de Al-Shadadi.
Na província de Hama (centro), 20 manifestantes ficaram feridos, um deles em estado grave, quando as tropas abriram fogo contra uma manifestação em Helfaya. Nessa cidade também morreram duas pessoas durante buscas em residências.
Depois dos atentados de ontem em Damasco, partes de corpos destroçados enchiam os sacos de náilon das equipes de resgate à medida que eram recolhidos os restos humanos espalhados pela região de Damasco atingida nesta quinta-feira por dois atentados, enquanto sírios perambulavam atônitos em meio ao cenário de terror.
Entre os carros ainda fumegantes, alguns buscavam seus familiares, quando chega uma idosa, perturbada, com as mãos voltadas para o céu.
“Pobre Síria, pobres de nós”, afirma um homem. “Meu primo… quero saber o que aconteceu com meu primo!”, grita outro.
“Em nossa vida, nunca vimos isso!”, exclama um sírio, que sobreviveu ao atentado mais devastador desde o início da revolta popular em seu país, há 14 meses.
O fotógrafo da AFP no local viu “um pequeno cérebro, talvez o de uma criança, banhado em uma poça de sangue”.
Em mais de 50 metros ao redor, as fachadas dos edifícios estão destruídas e as ruas destroçadas. Por todo lado, são vistos carros cuja carroceria derreteu, ônibus destruídos, árvores caídas à beira de uma estrada com crateras profundas provocadas pelas explosões.
Com um minuto de diferença, duas fortes explosões sacudiram às 8 horas locais (2 horas de Brasília) o sul da capital, em horário de grande movimento, e deixaram mais de 55 mortos e 370 feridos, segundo a rede de televisão estatal.
Em meio a estas cenas de desolação, um homem grita: “É essa a liberdade que vocês querem? Morreram alunos a caminho da escola e funcionários que iam ao trabalho”, referindo-se ao protesto popular.
“São os presentes de (Recep Tayip) Erdogan e de Hamad (Ben Khalifa al-Thani)”, o primeiro-ministro turco e o emir do Qatar. “Assassinam as crianças, os idosos e os religiosos”, lança outro homem, fotografado pela AFP.
O Qatar incentivou o armamento dos rebeldes sírios, enquanto a Turquia, antiga aliada de Damasco, lidera agora as críticas ao regime.
Estas imagens terríveis “lembram as explosões que ocorreram no Iraque após a invasão americana” desse país em 2003, considerou um analista na rede de televisão pública síria.
Para ele, estes atentados estão dirigidos contra o regime do presidente Bashar al-Assad, atacado, segundo ele, porque coloca em andamento reformas políticas.
Em terra, os partidários do chefe de Estado fizeram uma demonstração de força.
Na chegada do chefe dos observadores da ONU na Síria, o general norueguês Robert Mood, ao local dos dois atentados, dezenas de pessoas o cercaram.
“Por nosso sangue e por nossa alma, nos sacrificaremos por ti, Bashar”, cantaram em apoio ao presidente, que afirma combater há 14 meses os “grupos terroristas” armados pelo exterior.
Um grande número de civis com armas, provavelmente agentes de segurança, também estava presente.
Uma missão de observação da ONU encontra-se na Síria desde o dia 15 de abril, de acordo com o plano de saída de crise do emissário internacional Kofi Annan, para supervisionar a aplicação do cessar-fogo, amplamente ignorado.
Nos últimos meses, uma série de sangrentos atentados sacudiu a capital, nos bairros de Qassaa, Midan e Kafar Soussé etndo como alvos edifícios de segurança, deixando dezenas de vítimas.
O último realizado em Damasco ocorreu no dia 27 de abril. Onze pessoas morreram em um ataque suicida em frente a uma mesquita.
A repressão e os combates entre soldados e insurgentes deixaram cerca de 12.000 mortos desde março de 2011, em sua grande maioria civis mortos pelas tropas governamentais.
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