Política
Flávio alega que Bolsonaro está ‘incomunicável’ e que não articulou atos em Brasília
Na noite desta segunda-feira 9, presidente afirmou à CNN que “está bem” e que deve antecipar sua volta ao Brasil
O senador Flávio Bolsonaro (PL) afirmou, nesta terça-feira, 10, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está “praticamente incomunicável” e alegou que o pai não teve participação nos atos golpistas do último domingo, 8, em Brasília.
“Bolsonaro está praticamente incomunicável e não trocou mensagens nem conversou com ninguém sobre isso. Ele está nos Estados Unidos e não articulou nem teve qualquer participação”, disse o parlamentar à coluna do jornalista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles.
A declaração foi feita horas depois do ex-capitão conceder uma breve entrevista à CNN Brasil, em que condenou os atos e afirmou que antecipará o retorno ao Brasil em decorrência de uma doença intestinal.
Segundo o filho do ex-presidente, os atos terroristas ocorridos na Capital teria sido causado por “pessoas de fora”, corroborando com a teoria conspiratória bolsonarista de que os vândalos seriam agentes infiltrados da esquerda.
“Esse perfil de quebra-quebra não é dos manifestantes que estavam acampados em Brasília”, alegou.
Apesar da tentativa de dissociar a imagem do ex-presidente com os movimentos terroristas promovidos por seus apoiadores, Bolsonaro nunca reconheceu a derrota eleitoral e por diversas ocasiões, deixou mensagens com duplo sentido para seus seguidores.
Para o grupo, que se manteve acampado na porta dos quartéis desde o resultado do segundo turno das eleições, ainda no dia 31 de outubro, existiam “recados secretos” nos discursos e nas publicações do ex-capitão, que indiretamente pediam a manutenção dos atos.
Inclusive em um de deus discursos, Bolsonaro afirmou que caso não fosse adotado o voto impresso no País, poder-se-ia ter um “problema pior que os Estados Unidos”, se referindo ao ataque ao Capitólio, que pretendia impedir a diplomação do presidente eleito, Joe Biden.
CartaCapital
Há 31 anos, a maior referência progressista em jornalismo no Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Popularidade de Bolsonaro nas redes atinge o pior nível após atos terroristas
Por CartaCapital
PF desmente bolsonaristas após disseminação de fake news sobre terrorismo em Brasília
Por CartaCapital