Política
AGU deve pedir bloqueio de bens de empresas suspeitas de financiar atos golpistas
Bolsonaristas presos e motoristas dos ônibus que levaram os terroristas serão interrogados nos próximos dias
A Advocacia-Geral da União deverá pedir o bloqueio de bens de empresas suspeitas de financiar atos de terroristas bolsonaristas em Brasília, no último domingo 8.
O órgão ainda não informou o número de empresas que são alvos das investigações que visam identificar os grupos privados que teriam feito doações para garantir a viagem e a manutenção dos golpistas na capital federal.
Nas próximas horas, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, a Polícia Federal deverá colher o depoimento dos motoristas dos 87 ônibus que transportaram os bolsonaristas, para apresentarem “a relação e identificação de todos os passageiros, dos contratantes do transporte, inclusive apresentando contratos escritos caso existam, meios de pagamento e quaisquer outras informações pertinentes”.
Conforme informações do ministro da Justiça, Flávio Dino, a Polícia Rodoviária Federal já havia identificado alguns dos responsáveis por financiar o transporte dos bolsonaristas vindos de 10 estados diferentes.
“O que é possível afirmar cabalmente é que havia financiamentos. Temos a relação de todos os contratantes dos ônibus”, disse. “E essas pessoas serão chamadas porque contrataram os veículos e não eram para excursões turísticas”.
Uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público investiga, desde novembro, os responsáveis por bancar atos antidemocráticos em vários estados após da eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Alguns dos acampamentos contavam com banheiros químicos, ampla estrutura de tendas, bebida e alimentação grátis. Foi a partir desses locais, localizados na frente dos QGs do Exército, que os terroristas partiram para as sedes dos Três Poderes no domingo.
Em discurso feito na segunda-feira 9, Lula reforçou as movimentações da estrutura estatal para punir os responsáveis pelos atos terroristas e afirmou que as 1500 pessoas detidas até o momento, ficarão presas até o término das investigações.
“Os mandantes certamente não vieram aqui e nós queremos saber quem financiou, queremos saber quem custeou, quem pagou para as pessoas ficarem tanto tempo”, disse o petista.
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