Luiz Gonzaga Belluzzo
[email protected]Economista e professor, consultor editorial de CartaCapital.
O propósito do bolsonarismo é substituir a civilização pelas regras das sociedades das cavernas
Devemos sempre resistir à impressão de que o mundo está enlouquecendo. Esta é a lição que nos deixa o famoso conto de Machado de Assis, O Alienista. Doutor Simão Bacamarte, depois de encerrar toda a cidade no manicômio – inclusive a sua própria mulher –, acabou por trancar a si mesmo.
Derrotado nas eleições presidenciais, Bolsonaro trancou-se no Palácio da Alvorada e recolheu-se ao silêncio. O autoconfinamento presidencial não impediu, se não estimulou, a epidemia de capota furada que assola seus fanáticos apoiadores. Estacionada à porta do quartel em Brasília, a malta ignara e truculenta ameaçou invadir o edifício-sede da Polícia Federal para libertar um indígena bolsonarista. Repelidos, os baderneiros incendiaram ônibus e automóveis.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
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