Política

As sugestões do MST ao novo governo Lula

Movimento publicou uma carta direcionada ao povo brasileiro com demandas que serão levadas ao presidente eleito

As sugestões do MST ao novo governo Lula
As sugestões do MST ao novo governo Lula
Foto: Divulgação/Flickr/MST
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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) publicou, nesta terça-feira 29, uma carta com uma série de sugestões de mudanças e políticas públicas a serem adotadas pelo governo eleito comandado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O texto, destaca o movimento, é direcionado ao povo brasileiro, mas será levado ao presidente eleito – a data para isso acontecer ainda não está definida. O foco, conforme consta na carta, é ampliar a agricultura familiar, contribuir para a preservação ambiental e por fim à exploração dos trabalhadores pelo agronegócio. Com isso, diz o movimento, será possível atender as demandas mais urgentes para o Brasil em 2023: “o combate à fome, ao desemprego, e [garantir] investimentos pesados em educação e saúde.”

A carta do MST começa destacando a necessidade do enfrentamento ao ‘latifúndio predador’ que, segundo o texto, não cumpre a função social da terra prevista na Constituição Federal e, portanto, precisa ser banido e suas terras distribuídas de forma justa para a população.

Há ainda nos primeiros parágrafos de sugestões uma dura crítica aos benefícios fiscais dados ao ‘agronegócio produtor de commodities. É preciso, segundo o movimento, que o próximo governo acabe com as isenções e exija o pagamento de imposto deste setor. O dinheiro, sugere, deve ser convertido em investimentos para o povo.

O texto então passa a focar na urgência das questões ambientais. O MST sugere então que o governo Lula foque na proibição dos agrotóxicos, priorize a agricultura familiar e a agroecologia – menos agressiva ao meio ambiente – e implemente uma política de desmatamento zero e outra de reflorestamento nacional em todos os biomas brasileiros. Mais adiante, o MST pede também que Lula combata de forma rigorosa o garimpo e a ‘ação perversa de mineradoras’.

No documento, o MST pede ao presidente eleito que o seu terceiro mandato também retome as políticas públicas de aquisição de alimentos e no fornecimento de merenda escolar saudável, ambas desmontadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Há menções ao aumento do salário mínimo acima da inflação e da ampliação do Bolsa Família – principais bandeiras do novo governo – como formas de combate à fome.

Por fim, há diversas sugestões de como o governo petista poderá atuar para aumentar a produtividade no campo e assim criar novas oportunidades de trabalho no setor. O texto pede ainda um olhar atento ao fim do trabalho escravo e denuncia outras formas de violência e opressão. Leia abaixo a íntegra da carta assinada pela direção nacional do MST:

Carta ao Povo Brasileiro_29.11.2022

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