Política
Jucá é alvo de operação da PF por suposto recebimento de propina
A corporação investiga um esquema de corrupção e fraudes em convênios com diversos municípios de Roraima


O ex-senador Romero Jucá (MDB) é um dos alvos da operação Imhotep*, deflagrada pela Polícia Federal e a Controladoria Geral da União, que investiga um esquema de corrupção e fraudes em convênios com diversos municípios de Roraima entre os anos de 2012 e 2017.
Na manhã desta quarta-feira 23 são cumpridos 22 mandados de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima, nos estados do Roraima, São Paulo e Distrito Federal.
De acordo com a PF, três empresas de engenharia pagariam propinas, que seriam distribuídas a servidores públicos que auxiliariam na prática dos crimes e a Jucá. Os recursos, diz a corporação, chegariam ao ex-senador por meio de familiares e de empresas de que são sócios.
O inquérito foi instaurado após o TCU identificar, por meio de Relatório de Produção de Conhecimento, as maiores recebedoras de recursos do Programa Calha Norte no estado de Roraima.
“Há indícios que o ex-senador interferiria em assuntos relacionados a convênios nos quais houvesse a aplicação de verbas federais viabilizadas por ele, havendo evidências, inclusive, do ‘travamento’ de pagamentos de verbas oriundas de emendas parlamentares de sua autoria caso não houvesse o pagamento de propinas”, disse a PF em nota. “As empresas suspeitas de integrar o esquema seriam responsáveis pela execução de mais de 500 milhões [de reais] em convênios durante o período, de forma que a investigação já teria identificado ao menos 15 milhões pagos a título de propina”.
Os principais crimes investigado são fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A soma das penas para estes crimes podem ultrapassar 35 anos de reclusão.
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