Economia
‘Eu saio, para o meu consolo’, afirma Guedes em discurso de ‘despedida’ a servidores
O ministro da Economia negou deixar uma ‘herança maldita’ para Lula; o novo governo, porém, vê um Orçamento ‘inexequível’


O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez um discurso em tom de balanço e “despedida”, em Brasília, nesta terça-feira 22. Apesar disso, o governo de Jair Bolsonaro (PL) ainda tem 40 dias até a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Quero agradecer a todo o time. Eu saio para o meu consolo, mas eles ficam. Vão continuar apanhando”, declarou o ministro bolsonarista.
Ele ainda negou que a atual gestão deixará uma “bomba fiscal” ou uma “herança maldita” para Lula. Guedes mencionou a pandemia e a guerra na Ucrânia como obstáculos encontrados pelo governo.
“Como dá para alguém sério e preparado entrar numa conversa de herança maldita?”, prosseguiu. “Esse é o registro de quem pagou o preço da guerra.”
O governo eleito, porém, considera “inexequível” o Orçamento previsto por Bolsonaro e Guedes para 2023. Nesta terça 22, por exemplo, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que a atual gestão não deixará recursos suficientes para ações emergenciais contra as chuvas de verão no início do ano que vem.
Em entrevista a CartaCapital, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), também avaliou que “o cenário orçamentário é extremamente preocupante” para o setor de Desenvolvimento Regional. Ele destacou a área de prevenção a desastres naturais e contenção de encostas.
“Nós estamos falando, em números absolutos, em um orçamento, no ano anterior, de 3 bilhões de reais, e a previsão de 25 mil reais para o exercício de 2023. Portanto, na verdade, em pautas que são sensíveis e importantes, a peça orçamentária apenas abriu uma rubrica, mas não destinou orçamento para este fim”, declarou.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

PT reage a ‘chicana’ de Bolsonaro no TSE e cobra punição por ‘litigância de má-fé’
Por CartaCapital
Governo Bolsonaro não deixará recursos suficientes para ações contra chuvas de verão, diz Randolfe
Por Alisson Matos
Sem provas, Bolsonaro pede ao TSE que anule votos em urnas por suposto ‘mau funcionamento’
Por Wendal Carmo