Política
PRF prendeu 49 pessoas em bloqueios de rodovias após vitória de Lula
Os militantes bolsonaristas são investigados por crimes de desobediência e atentado contra o Estado Democrático de Direito


A Polícia Rodoviária Federal prendeu 49 pessoas nos oito dias que duraram os bloqueios feitos por bolsonaristas nas rodovias federais após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição para presidente.
Os manifestantes golpistas iniciaram as obstruções ainda na noite do dia 30 de outubro e se mantiveram nas pistas até o dia 8 de novembro.
Em Santa Catarina ocorreu o maior número de detenções. Outros casos aconteceram em Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Goiás, Maranhão, Rondônia, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Roraima e Rio Grande do Norte.
Os militantes foram liberados após assinatura de termo circunstanciado, autuação de crime com menor potencial ofensivo, como aqueles que tem penas máximas de até dois aos de prisão.
Eles serão investigados pelos crimes de desobediência e atentado contra o Estado Democrático de Direito.
A ação da PRF para promover o desbloqueio das vias somente foi efetiva após determinação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, que incitou o governo federal a adotar “todas as medidas necessárias e suficientes” para desobstruir as rodovias.
A corporação e seu diretor-geral, Silvinei Vasques, são investigados por prevaricação e leniência com os golpistas por não terem reforçado imediatamente as patrulhas e adotado todas as medidas necessárias para garantir a livre circulação nas vias.
O procedimento ainda apura os bloqueios e interdições de rodovias promovidos no dia do segundo turno eleitoral, que dificultou que eleitores chegassem nas secções eleitorais, acarretando violência eleitoral.
Nesta terça-feira 15, o Ministério Público Federal pediu o afastamento de Vasques por 90 dias por “uso indevido do cargo”.
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