Economia
Captação em alta
Crédito sobe na Bolsa e nas cooperativas


O mercado de capitais como fonte de captação de recursos por parte das empresas manteve a forte expansão dos últimos quatro anos, informa o Banco Central no Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre. A publicação traz uma análise detalhada do Sistema Financeiro Nacional e abrange liquidez, solvência e rentabilidade, entre outros indicadores. No geral, o REF mostra não haver risco relevante para a estabilidade financeira, com as IFs a manter elevados níveis de capital e liquidez. Ressalva, porém, que, apesar da recuperação econômica e da melhora do emprego, os níveis de comprometimento de renda indicam risco maior de inadimplência neste semestre. O BC também apurou que o crédito cooperativo cresceu 23,5% no ano passado, bem acima dos 7% do conjunto do sistema financeiro, e totalizou ativos de 459 bilhões de reais em dezembro de 2021. O estoque de captações também aumentou a taxas maiores que o SFN, totalizando 359 bilhões (23,7% ao ano no SNCC e 6,6% no SFN). Em dezembro de 2021, a carteira de crédito ativa do SNCC chegou a 315 bilhões de reais e manteve-se como o segmento do SFN com maior expansão de crédito (35,9% no ano).
Imagem: Redes sociais
O IPT CONTRA OS ASIÁTICOS
Imagem: IPT/USP-GOVSP
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas lidera um projeto de capacitação das ferramentarias nacionais em projeto e fabricação de ferramentais, a fim de enfrentar a concorrência externa, principalmente de empresas asiáticas. O projeto de 8,6 milhões de reais e 36 meses de prazo engaja uma rede de profissionais do IPT, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, da Universidade Estadual Paulista e da Universidade Federal de São Paulo, além das ferramentarias FHS e Stampway, e as empresas Maxion Structural Components, Iveco Latin America (veículos pesados) e a Stellantis Brasil (veículos de passeio).
DINHEIRO
As startups brasileiras tiveram, em outubro, o melhor resultado em captações de recursos desde junho deste ano, segundo dados do Inside Venture Capital da plataforma de inovação Distrito, que vê sinais de recuperação após o setor registrar, em setembro, a menor captação do ano. Em outubro, foram levantados 376,4 milhões de dólares em 54 rodadas, aumento de 159% em relação aos 145,3 milhões captados em setembro em 42 rodadas. Nos dez primeiros meses deste ano, os investimentos atingiram, porém, 4,1 bilhões de dólares, em 557 operações, ante 8 bilhões em 705 deals do mesmo período do ano passado.
MARKETPLACES
Os marketplaces são a principal plataforma de compras online para 85% dos consumidores, aponta estudo especial Marketplaces: Hábitos e Tendências do Consumidor Brasileiro, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo em parceria com a Toluna, fornecedora de insights do consumidor sob demanda. O principal motivo para comprar em marketplaces é “encontrar preços mais baixos”, citado por 73% dos shoppers, seguido por “é mais fácil/ prático/ conveniente” (60%), e “ter uma escolha mais ampla” (55%). O estudo também revelou que 20% dos consumidores usaram o Pix nas plataformas.
GOLPE
Os bloqueios bolsonaristas assestaram um golpe nas vendas de autos. “Os emplacamentos diários vinham crescendo, mas no último dia do mês, com os bloqueios no pós-eleição, vendemos 9 mil unidades ante as 17 mil de 30 de setembro”, disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Márcio de Lima Leite. Em outubro, foram vendidas 180,9 mil unidades ante 194 mil de setembro. Considerando as vendas do último dia de outros meses do ano, que variaram entre 14 mil e 15 mil, Leite estima que entre 6 e 9 mil unidades deixaram de ser emplacadas.
PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1234 DE CARTACAPITAL, EM 16 DE NOVEMBRO DE 2022.
Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “Captação em alta”
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