Política

Sem citar Lula, editorial da Jovem Pan reconhece vitória eleitoral

Nas entrelinhas, a emissora aliada de Bolsonaro pede que o ex-capitão também reconheça o resultado

Sem citar Lula, editorial da Jovem Pan reconhece vitória eleitoral
Sem citar Lula, editorial da Jovem Pan reconhece vitória eleitoral
Foto: Divulgação/Jovem Pan
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A Jovem Pan, emissora de rádio e TV fortemente aliada de Jair Bolsonaro, publicou um editorial reconhecendo a vitória do ex-presidente Lula (PT) e pedindo que o ex-capitão repita o gesto. O texto, publicado na noite de domingo 30, não cita nominalmente os dois políticos, mas diz que, caso Bolsonaro ataque à democracia, a emissora ‘não irá se omitir’.

“Com a proclamação do presidente que conduzirá o país pelos próximos quatro anos, renovamos nosso compromisso com o Brasil, com a democracia, com a nossa Constituição cidadã e com os Poderes e Instituições que sustentam a nossa República”, diz o trecho principal do editorial.

“Os candidatos que disputaram as eleições deste ano devem ter esse compromisso claro e serem os primeiros — tenham vencido ou não — a manifestar a defesa e a confiança na decisão soberana do povo”, completa, logo em seguida.

Na conclusão, a Jovem Pan sinaliza que não pretende ecoar eventuais ataques antidemocráticos do ex-capitão. “Mais importante: a Jovem Pan não vai se omitir e jamais vai aceitar afrontas ao Estado Democrático de Direito e a destruição de nosso país”.

O texto lista ainda uma série de ‘pedidos’ ao ex-presidente Lula em seu novo governo. As solicitações versam sobre bandeiras liberais que, na visão da emissora, devem ser defendidas no futuro governo. Pede, por exemplo, siga com agendas de ‘desestatização’ e combata as desigualdades sociais ‘sem assistencialismo barato’. Nenhuma das agendas, vale dizer, está alinhada com o plano de governo de Lula.

Nesta campanha, é importante lembrar, a Jovem Pan foi acusada pela campanha do ex-presidente Lula de promover um desequilíbrio nas informações repassadas ao repercutir mais as agendas de Bolsonaro do que de Lula. O caso foi parar no TSE e, de forma distorcida, a emissora passou a acusar a corte e a campanha petista de estarem promovendo censura.

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