Política

Justiça do Trabalho enquadra 35 empresas de 14 estados por assédio eleitoral

Juízes definem multas de até R$ 100 mil contra empregadores que não se absterem de fazer campanha eleitoral junto aos seus funcionários

Justiça do Trabalho enquadra 35 empresas de 14 estados por assédio eleitoral
Justiça do Trabalho enquadra 35 empresas de 14 estados por assédio eleitoral
Segundo turno acontece no próximo domingo – Foto: Nelson Jr./ASICS/ TSE Foto: Nelson Jr./ ASICS/ TSE
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Ao longo da última semana de eleições, a Justiça do Trabalho emitiu pelo menos 35 decisões diferentes contra empresas, uma prefeitura e uma secretaria estadual acusadas de “assédio eleitoral”. As liminares alcançaram pelo menos quatorze Estados e foram deferidas entre 19 a 28 de outubro.

O número, contudo, ainda é uma pequena parcela do total de denúncias apresentadas. De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) até a tarde deste sábado foram registradas 2.360 acusações contra 1.808 empresas.

O Sudeste tem 934 denúncias, seguido do Sul (690 casos), o Nordeste (413 denúncias), Centro-Oeste (198) e o Norte (125). O estado que lidera o ranking de denúncias de assédio eleitoral é Minas Gerais, com 549 casos. O segundo lugar entre os estados é do Paraná, com 258 relatos. Em terceiro aparece São Paulo, com 244 denúncias.

A maioria das decisões mandam os empresários se absterem imediatamente de fazer “propaganda político-partidária”, parar de prometer alguma vantagem ou “ameaçar, constranger, orientar e induzir” os funcionários a votarem em determinado candidato. Junto com a ordem, os juízes estipulam uma multa que varia entre R$ 10 mil e R$ 100 mil a serem aplicadas em caso de descumprimento das determinações.

Boa parte das decisões também ordena a divulgação “em prazo não superior a 24 horas” nos murais e redes sociais das empresas de que “assédio eleitoral é crime” e os empregadores que cometerem essa ilegalidade “responderão judicialmente por seus atos”. Por fim, reforça que o “voto é individual, livre e secreto”.

As empresas investigadas por “assédio eleitoral” vão desde lojas de chinelo em shopping a supermercados e multinacionais de máquinas e implementos agrícolas.

Com o cenário aumento das denúncias às vésperas do pleito, o MPT colocou sua estrutura em alerta. Em todos os estados haverá plantão de equipes do órgão no sábado e no domingo, entre as 8h e as 20h. Os funcionários estarão à disposição para atuar no recebimento de denúncias de assédio eleitoral. Procuradores e servidores estarão de prontidão caso seja necessário promover Termos de Ajuste de Conduta (TAC) ou Ações Civis Públicas.

Na quinta-feira, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), ministro Lelio Bentes Corrêa, enviou um ofício aos tribunais regionais no qual pede que avaliem a necessidade de reforço dos plantões no fim de semana do segundo turno. De acordo com nota, a iniciativa foi tomada após o MPT manifestar preocupação com a explosão de denúncias de assédio eleitoral.

“O objetivo é garantir que a Justiça do Trabalho atenda a possíveis demandas relacionadas a assédio eleitoral que exijam rápida intervenção do Estado”, afirmou Corrêa em nota.

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