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Ao votar, pense nas mulheres, negros, indígenas e LGBTQIA+

Faça um bom uso do seu voto e não se acovarde. Votar é essencial

Foto: Ricardo Stuckert e EVARISTO SA / AFP
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Segundo dados de 2020 da ONU, a cada 23 minutos morre um jovem negro no Brasil. É importante atentar se, durante a leitura, alguém estará em situação de risco. 

No País, o cenário continua hostil para pessoas fora do padrão hetero-branco-cisgenero. Pessoas negras enfrentam o racismo sistêmico, institucional e ambiental.

A política de direita, representada por Jair Bolsonaro, privilegia a tomada de decisão apenas a partir dos interesses da classe empresarial. Nós, negros, ficamos a mercê da sorte e, com enfraquecimento de programas sociais,  não há nada que possamos fazer a não ser se indignar com os dados apresentados no início do texto.

Mesmo que eu tenha ocupado um lugar de privilégio, o racismo sempre vai me atravessar. Nem mesmo o prestígio e o dinheiro  blindam  pessoas negras de atos de violência. A nossa vivência é desafiadora, pois não temos um sistema que nos protege e um governo que se preocupe com nossos interesses.

Sangro lágrimas ao pensar que eu ainda posso fazer parte da estatística que relatei ao abrir o texto. Talvez, quem somente olhe os números, não compreenda que cada uma dessas pessoas têm mães, que assim como a minha sacrificou boa parte da sua vida para impulsionar as do filho. Como canta a nossa saudosa mulher do fim do mundo, Elza Soares, ” a Carne mais barata do mercado é a carne negra.” 

Nossos corpos são os que alimentam as manchetes, que são amarrados pelos punhos por uma corda nos para-choques. Lutamos ainda pelo direito mínimo de existir e escolher. 

Pensei o quanto as políticas sociais me fizeram atravessar brechas para que, de alguma forma, eu pudesse me apoderar de minha própria voz e colocar minha verdade nesta escrita. Quando vocês decidirem qual o presidenciável que irá escolher, não pensem apenas nos seus interesses, pensem no interesse da maioria

Que possamos fazer do próximo mandato um lugar mais amigável e possível de desenvolvimento sustentável para as mulheres, negras, indígenas e GLBTQIAP+, para que o mundo pareça mais conosco e não com o de homens brancos que performam um machismo egocêntrico.

Faça um bom uso do seu voto e não se acovarde. Votar é essencial.

Nina Simone uma vez, quando questionada sobre o que era liberdade, disse que era sobre não sentir medo. Infelizmente, nos últimos dias, eu não sei o que é, mas imagino que deva ser bom poder ir e vir sem se preocupar o tempo todo.

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